terça-feira, 14 de junho de 2011

Outro artigo fantástico do brilhante Rubens Nóbrega

Espumas ao vento - Por Rubens Nóbrega (na edição de hoje do Jornal da Paraíba)
Ao som de Flávio José e Jorge de Altinho, o ex-governador Cássio Cunha Lima e o senador Cícero Lucena confraternizaram-se de tal modo na noite de sexta-feira última, na casa de shows Domus Hall, da Capital, que deixaram alguns dos mais fanáticos seguidores de ambos extremamente seguros de que a paz voltou a reinar entre os dois maiores líderes do PSDB paraibano.
Quem estava perto e prestou atenção captou uma calorosa troca de afagos e gentilezas de Cícero e Cássio, ao ponto de os dois cantarem juntos, afinadíssimos, alguns sucessos do cantor paraibano e do cantor e compositor pernambucano que se apresentavam na Domus. Dizem que foi o ex-governador quem abriu a cantoria, com ‘Espumas ao Vento’ (obra magnífica de Accioly Neto):
 - Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mim/Um grande amor não se acaba assim/Feito espumas ao vento/Sei que errei e tô aqui pra te pedir perdão...
Cícero deu ‘o troco’ puxando ‘Caboclo Sonhador’, saudando o velho companheiro de tantas jornadas com a última estrofe do clássico de Maciel Melo:
 - Deixe que eu cante cantigas de ninar/Abram alas para o novo cantador/Deixem meu verso passar na avenida/Um forro fiado tão da bexiga de bom.

E Cássio, animado com a recepção do amigo, não deixou por menos e atacou ‘De mala e cuia’, cantando o refrão da obra-prima de Flávio Leandro:
- Pode vir de mala e cuia, amor/Que eu não vou tá nem aí pro povo/Nosso amor tá cobiçado/Mas não vai ser maltratado/Por ninguém de novo.

Cícero aproveitou a deixa e lembrou a Cássio o que os manteve distante um do outro, cantando um pedacinho de ‘Fuxico’, do próprio Flávio José:
- O meu amor/Por causa de um fuxico/De uma coisa à toa/Trocou o nosso ninho/Que era coisa boa/Por uma indiferença/Que não tem mais fim...

Cássio parece ter concordado, pois já de olho no futuro passou imediatamente a cantar ‘Pra quê dividir’, outra canção de Flávio José:
- Pra quê dividir?/Se separando um do outro/Vai ser igual a sofrer/Pra quê dividir?/Se pra nós dois ganhar vai ser melhor/Somar eu e você/Pra quê dividir?/Se ainda temos tanto pra viver/Dividindo o coração da gente/É que vai perder.

Cícero lembrou o passado recente e reconheceu que passou maus bocados sem a companhia e o apoio de Cássio. Fez isso cantando os versos que abrem a música ‘Só falta você voltar’, do grande cantador de Monteiro:
- Até na força do amor/Você foi quem mais brilhou/Fez minha estrela sumir/Sozinho fiquei sem rumo/Confesso e até assumo/Que vi meu mundo cair.

E antes que Cássio fosse à réplica, o senador emendou ‘Sou feliz’, de Jorge de Altinho:
- Mas agora eu sou feliz/Porque você voltou pra mim/Sou feliz/Porque você voltou pra mim/Sou feliz/Porque você voltou pra mim.

Nesse momento veio o intervalo da festa e os arapongas de Ricardo Coutinho que estavam na Domus espiando tudo aproveitaram para atualizar o chefe sobre o que estava se passando. Pelo twitter, o araponga-mor mandou dizer:
- Chefe, só está faltando os dois dançarem agarradinhos, aqui...
Ao tomar conhecimento do quanto Cássio e Cícero pareciam estar numa boa, Ricardo não se conteve e foi com tudo pra cima de Cássio, tuitando versos de ‘Tareco e mariola’ (de Petrúcio Amorim):
 - Eu não preciso de você/O mundo é grande e o destino me espera/Não é você quem vai me dar na primavera/As flores lindas que eu sonhei no meu verão...

Na mesma hora, Cássio deu retorno, também usando a letra de Petrúcio para deixar claro pra Ricardo:
- Você foi longe/Me machucando provocou a minha ira/Só que eu nasci entre o velame e a macambira/Quem é você pra derramar meu mungunzá!

Ricardo sentiu, então, que o homem não se intimidava nem estava pra brincadeira e aí tentou botar panos quentes fazendo a seguinte ponderação, recorrendo à ‘Natureza das coisas’, do insuperável Accioly Neto:
- Se avexe não/que amanhã tudo pode acontecer/inclusive nada...

Mas aí Cássio já estava irritado e encerrou a tuitada com Ricardo teclando pro governador o estribilho de ‘Represa do Querer’, de Flávio José:
- Deixa eu consultar meu coração/Pra ver se ainda gosto de você!

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