quarta-feira, 22 de abril de 2015

Juiz Sérgio Moro: ‘Crimes não são cometidos no céu’, ao destacar importância das delações premiadas nas primeiras condenações da Lava Jato...

Na sentença em que condenou oito pessoas acusadas de desviar dinheiro na Petrobras — entre elas os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef — o juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, defendeu a troca de delação por prêmios judiciais: “Sem o recurso à colaboração premiada, vários crimes complexos permaneceriam sem elucidação e prova possível. Em outras palavras, crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos'', anotou o magistrado na sentença.
Deflagrada há um ano e um mês, a Operação Lava Jato produziu assim suas primeiras condenações. Nesta quarta-feira, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, condenou oito pessoas por desvios na Petrobras. Súbito, o país descobre que a Justiça, normalmente cega, com a balança desregulada e a espada sem fio, pode aguçar o seu olfato.
Deve-se a novidade a uma ferramenta nova. O aparato de controle do Estado passou a dispor da ferramenta da delação premiada. O sujeito confessa os seus crimes e dedura os seus cúmplices. Se as informações vierem acompanhadas de provas ou de informações capazes de levar os investigadores às evidências, os delatores são beneficiados com o abrandamento das penas —como sucedeu, aliás, com Paulo Roberto e Youssef.
No Brasil, um dos principais problemas da corrupção é que o crime é perto e a Justiça mora muito longe. A delação revela-se um valioso atalho ligando a mão grande ao castigo.

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