O Diário Oficial do Estado saiu com uma edição ‘temática’ nesta quarta-feira (20). A publicação traz uma série de leis sancionadas pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) sobre festas realizadas em municípios paraibanos. Duas delas foram reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Paraíba, o que faz com que o poder público passe a ter o compromisso de proteger a realização do evento. As festas reconhecidas como patrimônio foram a de Santo Antônio, padroeiro do município de Piancó, e a de Nossa Senhora da Assunção, que acontece na cidade de Alhandra. As duas propostas foram apresentadas pelo deputado Branco Mendes (PEN).
A festa de Santo Antônio virou alvo de peregrinação dos políticos na década de 1970 do século 20 por meio do ex-senador Rui Carneiro, que era devoto e morreu em 1977. Desde a morte do senador, a família Carneiro se faz representar, anualmente, nas homenagens ao padroeiro de Piancó, por meio do ex-deputado federal, ex-prefeito de João Pessoa e sobrinho do ex-senador, Antônio Carneiro Arnaud. Aliás, a imagem de Santo Antônio que hoje é venerada na Igreja Matriz de Piancó foi doada pela família Carneiro. Em 1977, o ex-senador foi a Piancó pela última vez.
Em conversa com o então senador, o vigário da paróquia, padre Luís Laíres da Nóbrega, pediu uma imagem para a Igreja nova. Doente, Rui Carneiro comentou com Carneiro Arnaud sobre o pedido do padre Laíres. Depois que Rui morreu, Carneiro reuniu a família e comunicou o desejo do tio de atender ao pedido do padre. Carneiro encomendou a imagem em São Paulo e, em 1978, presenteou a paróquia com a imagem do padroeiro, que é conhecido como Santo Antônio de Lisboa ou Santo Antônio de Pádua.
De Lisboa, porque Fernando Antônio de Bulhões (este é o nome verdadeiro dele), nasceu em Lisboa, Capital de Portugal, no dia 15 de agosto de 1195. É conhecido como Santo Antônio de Pádua porque, aos 36 anos de idade, ele morreu na cidade de em Pádua (Itália) no dia 13 de junho de 1231. Santo Antônio é um dos santos mais populares da Igreja Católica Romana. No Brasil, a devoção a Santo Antônio foi consagrada na história pelo padre Antonio Vieira, também português nascido em Lisboa, que, na defesa dos índios brasileiros, proferiu o famoso “Sermão de Santo Antônio aos Peixes”.
Nas décadas de 1980 e 1990, a festa de Santo Antônio em Piancó era disputada pela classe política. Políticos como Tarcísio Burity (governador duas vezes), Humberto Lucena (senador por vários mandatos), José Maranhão (ex-deputado, ex-governador e senador atualmente), Cássio Cunha Lima (ex-deputado, ex-governador e senador atualmente), Cícero Lucena (ex-senador e ex-governador), Antônio Mariz (ex-senador e ex-governador) sempre fizeram questão de participar das festividades ao santo que forma o trio dos homens de Deus homenageados pelos cristãos no mês de junho.
Mas não foram apenas festas religiosas que ganharam destaque no Diário Oficial do Estado. Em outra duas leis, o governador autorizou a inclusão da Cavalgada de Ingá e o Brega Max de Santa Rita no calendário turístico da Paraíba. Os projetos são autoria dos deputados João Gonçalves (PDT) e Zé Paulo (PSB), respectivamente.
Para completar o clima de festa do Diário Oficial, o governador também sancionou um lei que cria o Dia Estadual do Profissional de Eventos. A proposta do deputado João Henrique (DEM) estabelece 30 de abril como data para a comemoração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário