No contexto nacional, a preço de hoje, a fusão criaria o maior partido do Brasil. Seria a soma dos 53 deputados do PSL e 28 do DEM. Isso teria reflexos significativos no fundo eleitoral e no agrupamento de lideranças de direita. As duas siglas devem ter perdas, com a saída dos parlamentares fiéis ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As maiores perdas devem ser sentidas pelo PSL, que era o partido do gestor nas eleições de 2018. Mas o DEM deve perder lideranças como os deputados/ministros Onyx Lorenzone (Trabalho) e Tereza Cristina (Agricultura).
“Mas vamos ganhar muitas outras (lideranças)”, acredita Julian Lemos. Na Paraíba, a nova sigla teria entre as lideranças um nome buscando a eleição para o Senado, que é o caso de Efraim Filho. Nacionalmente, as discussões são travadas pelo presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), e pelo ex-prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, presidente nacional do DEM. Dono da maior bancada da Câmara dos Deputados, ao lado do PT, o PSL deve comandar o novo partido a ser criado com a fusão.
As negociações para a fusão visam construir um partido forte, com mais recurso financeiro e tempo de televisão para as eleições presidenciais de 2022. A avaliação de dirigentes que defendem a junção é a de que o novo partido possa, inclusive, lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto. O nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que cogita trocar o DEM pelo PSD, chegou a ser defendido no PSL como opção de terceira via rumo à Presidência.
O DEM tem ainda em seu quadro o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). Primeiro titular da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro, ele deixou o governo após embate com o presidente por discordar da condução das medidas de proteção para combater a pandemia de Covid 19, que já fez mais de 580 mil vítimas no país. As primeiras coletivas de imprensa conduzidas por Mandetta no início da pandemia ajudaram a popularizar seu nome como médico preocupado em impedir mortes pelo coronavírus.
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