Em 1990 o poeta Ronaldo Cunha Lima disputou a eleição pra governador da Paraíba tendo o favoritíssimo Wilson Braga como concorrente. Contra todos os prognósticos o poeta venceu. A campanha foi duríssima. Wilson Braga encarnava o demônio sem ser. Era um ser humano. Era apenas um adversário.
Em 1999, o poeta, então senador da república, sofreu um AVC extremamente grave, que quase lhe tirou a vida. Não tirou, mas deixou marcas profundas. Ele estava em Brasília. Quem foi que primeiro chegou ao hospital tão logo soube da notícia? Exatamente, foi Wilson Braga, acompanhado de sua esposa, Lucia Braga. Eles chegaram e lá ficaram por mais de 24 horas. Foi reconfortante. Foi surpreendente. Desse dia em diante, como num piscar de olhos, o outrora ferrenho adversário, se transformou num dileto amigo. Foram muitas as lições tiradas disse episódio.
Na política paraibana dos nossos dias Identifico em Pedro Cunha Lima essa virtude de combater idéias e não pessoas. Pedro é jovem ( o que lhe adiciona coragem) , mas tem o comportamento sereno, firme e inquebrantável de um ser humano experimentado. Ele é “obcecado” pelo tema EDUCAÇÃO. E ele tá certo! Em todo mundo os países que deram saltos qualitativos o fizeram tendo a educação como prioridade. Pedro tem outras virtudes, muitas na verdade. A que mais me encanta, como já falei acima, é a incomum coragem.
Mas a coragem sozinha é como Claudinho sem Buchecha. A coragem pra ser virtuosa precisa de objetivos claros e definidos e Pedro os tem. O combate franco que faz aos privilégios, notadamente ao anômalo orçamento da assembleia legislativa do estado, que é maior que o orçamento da nossa universidade estadual. Mas Pedro, como você quer ter o apoio dos deputados batendo na assembleia? Eu nunca ousei perguntar isso a ele. Eu sei que levaria um fora. Bora, Pedro!
Por Ronaldo Filho
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