No Brasil, a homeopatia é regulamentada como especialidade médica desde 1980. Desde então, surgiram evidências mais robustas sobre sua ineficácia, mas o CFM não reviu seu posicionamento. Agora, questionado pelo Estadão, o conselho diz que nova análise de evidências será feita.
Um dos mais importantes estudos foi publicado no periódico Lancet, um dos mais prestigiosos do meio médico, em 2005. O trabalho era uma análise de vários estudos robustos já feitos sobre o tema. Foram avaliados 220 ensaios clínicos e a conclusão foi que a evidência de eficácia da homeopatia "era fraca" e que os seus eventuais efeitos eram placebo.
Após o estudo, o Lancet publicou um editorial intitulado "O fim da homeopatia", no qual lembrou que a prática acumulava "150 anos de descobertas desfavoráveis". Nos anos seguintes, vários países aboliram a terapia dos seus sistemas públicos de saúde.
Reportagem do 'Estadão' mostrou que entre 2018 e 2022 foram realizados 128.231 atendimentos homeopáticos na rede pública de saúde, conforme o Ministério da Saúde. Atualmente são 2973 registros de homeopatas nos conselhos regionais de medicina e 2.766 médicos dessa especialidade atuando no País.
A especialidade é a que tem profissionais com idade média mais elevada entre as 55 áreas de atuação reconhecidas pelo CFM. Enquanto a média geral de idade dos profissionais médicos no País é de 45,9 anos, entre os homeopatas, é de 62,4 anos.
O número de registros é diferente do de médicos porque um profissional pode ter registro em mais de um estado. No País, ainda conforme o jornal, tem mais registros de médicos homeopatas do que de especialistas em áreas com demanda crescente, como geriatrias (2.670 registros), mastologistas (2.912 registros) e coloproctologistas (2.414 registros).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo (edição 27/07/2023).
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