Desde a deflagração da Operação Ergástulo, nesta quinta-feira (25), que cumpriu mandados de prisão, de busca e apreensão, nas cidades de Cajazeiras, São José de Piranhas e Marizópolis, não se fala em outra coisa na Paraíba. A ação conjunta do Ministério Público, Polícia Civil e Secretaria de Administração Penitenciária, com apoio da Polícia Militar, visou desarticular um suposto esquema de corrupção e favorecimento que afeta o sistema prisional e judiciário na região de Cajazeiras. Um advogado foi preso em São José de Piranhas e o então diretor do presídio de Cajazeiras Tales Alves de Almeida (foto abaixo), que estava foragido, se entregou no fim da tarde. Ele foi exonerado do cargo.
De acordo com reportagem do JPB 1 edição (TV Cabo Branco-Rede Globo) o advogado preso foi identificado como sendo Ennio Alves de Sousa, que segundo informação vem a ser funcionário efetivo da prefeitura de Conceição, com salário na casa dos R$ 8 mil. Sacudida com a notícia, a população de Conceição se viu espantada por saber que ele é irmão de Elton Alves de Sousa, Ouvidor Municipal da prefeitura local, auxiliar de maior confiança à quem prefeito Samuel Lacerda segue na hora de tomar decisões, muitas das quais tem causado inúmeros conflitos políticos na turba.
A ação contou com 22 integrantes do Gaeco, 26 da PC e 16 da Seap, e apoio da PM, totalizando um efetivo de cerca de 70 agentes públicos. O presidente da OAB Subseção de Cajazeiras, Jone Pereira, que designou um membro da Comissão de Prerrogativas para acompanhar o advogado preso, explicou que o papel deste não é fazer a defesa do advogado preso, mas garantir seus direitos. Em nota, a Associação Nacional da Advocacia Criminal (ANACRIM) – Regional Sertão da Paraíba, disse que "permanecerá atenta ao desenrolar dos fatos", ressaltando que os casos em que advogados se envolvem com crimes não representam a totalidade dos profissionais do Direito e entidades da categoria.
Já o secretário João Alves (Seap), informou que, entre as práticas identificadas na investigação, estão as alegações de enfermidades sem embasamento ou com documentação falsa, visando a liberação temporária ou definitiva de presos, além de remições fraudulentas de penas baseadas em atividades educacionais e laborais supostamente realizadas por apenados. As investigações revelaram uma organização criminosa utilizando diversas artimanhas para liberar detentos, especialmente membros de facções criminosas, manipulando procedimentos legais e administrativos.
Os dois presos foram encaminhados para a cidade de Patos, sede regional da DRACO no Sertão.
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