domingo, 2 de fevereiro de 2025

Em discurso, Hugo Motta repete gesto de Ulysses Guimarães e diz "tenho ódio e nojo à ditadura", e faz alusão a "Ainda estou aqui"

No discurso de posse, neste sábado (1º), como novo presidente da Câmara, o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos) surpreendeu ao imitar o gesto do ex-deputado Ulysses Guimarães (MDB-SP), considerado o "pai da Constituição de 1998". Hugo levantou-se e ergueu um exemplar da Constituição Federal e disse que tem "ódio e nojo à ditadura", emblemática frase do presidente da Assembleia Nacional Constituinte no momento da promulgação da Constituição Federal, em 1988. 

Hugo Motta repetiu nada menos que 29 vezes a palavra democracia e mencionou diretamente o “senhor democracia” 15 vezes. “A memória de Ulysses deve iluminar corações e mentes nestes tempos difíceis”, disse Motta. Ao finalizar discurso, citou o filme "Ainda Estou Aqui", obra de Walter Salles que vem fazendo sucesso no Brasil e no mundo, indicado ao Oscar que conta a história da luta da família Paiva para esclarecer a morte do deputado Rubens Paiva, assassinado pelo regime militar. 

Hugo Motta defendeu um parlamento forte e independente dos outros Poderes de República. Esse foi o tom com duro recado dado pelo novo presidente da Câmara para quem flertar com golpismo e ditadura. Hugo assumiu seu primeiro mandato como deputado federal aos 21 anos de idade, em 2010, hoje com 35 anos de idade é o mais jovem a assumir o comando da Câmara. 

Além de conversar com o fim da ditadura, a frase de Ulysses Guimarães conversa também com o 8 de janeiro, ou seja, combina com os dias atuais. E o fato de Motta citar 'Ainda estamos aqui', em referência a um filme que retrata o drama de uma família na ditadura, tem recados importantes como em relação ao pleito do bolsonarimso por anistia, que dificilmente irá diante. 

Hugo Motta mostra logo de cara sua marca: a defesa da democracia e de um Parlamento forte. 

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