domingo, 22 de maio de 2022

Aguinaldo e Daniella sincronizados para qualquer cenário porque sabem o tamanho que têm...

Fim de maio (quatro meses pra eleição) e sem anúncio do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) senador na chapa do governador João Azevêdo (PSB). Um com grupo unido e outro com "reino dividido" que na ótica de "Guiga', para os mais íntimos, "não prospera". O prefeito Cícero Lucena (PP) tentou cravar uma data e, como tantos, não deu. O desgaste só aumenta. A lógica é simples: é preciso unidade da base governista. 

Um dos motivos para essa indefinição. Outro: mudança de cenário. Ex-banqueiro/ex-governador (velha raposa mineira) Magalhães Pinto já ensinava lá atrás que “política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou”. O Clã Ribeiro tem musculatura (tempo de TV e verba) suficiente para disputar tanto o Senado como o Governo, com o: PP, PSD, SD, Avante, PATRI e, provavelmente, o PDT. 

Com capacidade circular (e influenciar) na esquerda, centro e direita, Aguinaldo leva ligeira vantagem na geopolítica com o apoio de prefeitos de grandes/médios centros: João Pessoa, Santa Rita, Cajazeiras, Esperança, Uiraúna, Araruna, Cuité, Alagoa Grande, Bananeiras, Conde, Piancó, Alhandra, Pitimbu, Areia, Princesa Isabel, Sousa, Soledade, Monteiro, Serra Branca, Cabaceiras, Casserengue, Serraria, Tacima, C. de Areia, Sertãozinho, S.. André, S. D. Cariri, Dona Inês, Pilões, etc.

Boa bancada de deputados: Felipe Leitão, Drª Paula, Galego Sousa, Lindolfo Pires, Drª Jane, Tião Gomes, Eduardo Carneiro, Edmilson Soares, Doda de Tião, Raniery Paulino, etc. 22 dos 27 vereadores da Capital. A demora em enquadrar a base aumenta o desgaste, principalmente para o governo. Somente o PP teve 397 mil votos em 2020. A prioridade é Aguinaldo Senador. Mas, pode ser (dependendo do cenário) Daniella Governadora. O que já é discutido nos bastidores.

Fato novo a empolgar o eleitor diante de nomes insossos na oposição (Veneziano, Pedro e Nilvan). É inegável a envergadura do Clã Ribeiro, desconhecê-la é um erro crasso. Um grupo que que governa João Pessoa, Santa Rita, Bayeux, Cajazeiras, Esperança, tem o vice-prefeito de Campina Grande e capilaridade em cidades estratégicas, não é apenas forte, mas decisivo. Com esse estilo, Aguinaldo tornou o grupo protagonista nas últimas eleições. 

Sem ninguém acreditar, Daniella (831 mil votos) se tronou a primeira Senadora pela Paraíba (2018) atropelando Cássio (601 mil votos), Couto (792 mil votos) e, por muito pouco, não venceu Veneziano (844 mil votos), esses dois últimos candidatos do então poderoso Ricardo Coutinho (PSB). Era deputada estadual (deixando reeleição certa pelo duvidoso) teria filho Lucas (vice-prefeito de CG) no seu lugar. Não quis. Viu o horizonte e acertou.  

Daniella venceu em João Pessoa (175 mil votos) e Campina Grande (103 mil votos) vantagem de quase 80 mil votos que nem Couto nem Cássio conseguiram tirar no interior do estado. Ali, João venceu no primeiro turno (1.119.758 milhão votos) contra nomes fracos: Lucélio (450 mil votos) e Zé Maranhão (335 mil votos), vantagem de 333 mil votos. Hoje, João sofreu fortes baixas: RC, Veneziano, Efraim Filho e Lígia Feliciano. Tem em Cícero ponte para a aliança com o Clã Ribeiro. 

Aposentado desde 2014, não disputou reeleição ao Senado, Teria disputado o Governo em 2010 se não fosse abandonado por Cássio. Candidato a prefeito de João Pessoa, em 2012, teve 20,27% no primeiro turno e derrotado por Luciano Cartaxo, no segundo, ampliou a votação em 11,5%. Cícero foi resgatado para por Aguinaldo e Daniella para disputar a prefeitura (2020) quase a mesma votação de 2012 (20,72%). Favoreceu Nilvan ter ido ao segundo turno e não Ruy Carneiro. 

Cícero quer a chapa João/Aguinaldo. Essa indefinição muda o cenário empurrando Daniella para disputa ao Governo que ficaria equilibrada sendo possível ir ao segundo turno com 20%, aconteceu em João Pessoa. Com zero rejeição, voto feminino, voto evangélico, máquinas municipal e federal, e a capacidade de Aguinaldo de circular por todos os campos, o cavalo fica 'selado' pra ela. 

Com o Pastor Sérgio Queiroz (PRTB/Pros) como senador, junta-se o segmento evangélico em peso e a classe média/alta, Lauremília vice (ou o empresário Júnior Evangelista), a chapa parte da Capital com larga vantagem (bem votada em CG) difícil de ser tirada pelos concorrentes na oposição. Daniella chega fortíssima no segundo turno. Não tem nada a perder, só a ganhar, restam mais quatro anos de mandato como senadora. Quanto ao Pastor Sérgio, se tornaria bastante competitivo.

Tem total apoio de cima (Brasília). O presidente do PSD, ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP), a primeira-dama Michelle, Damares e Onix. Para quem se elegeu senadora quando ninguém acreditava, melhor não menosprezar esse cenário. O eleitor poderá escrever este ano um novo e inédito capítulo na história política paraibana (como fez em 2018). 

A carreira ascendente de Daniella – vereadora e deputada à condição de primeira mulher Senadora da Paraíba – a credencia para qualquer missão. É, ainda, detentora de alguns atributos essenciais à carreira política: jovem, simpática, talentosa e dona de uma oratória simples e de amplo alcance. O Clã Ribeiro já tem uma joia lapidada, carece somente de competente campanha e trabalho efetivo para candidatura forte com reais chances de vitória. 

Aguinaldo Senador é a prioridade, mas o grupo cobra que o nado seja sincronizado. Essa indecisão faz mudar o cenário e Daniella entrar no jogo. Caso isso aconteça, a base de Campina Grande racharia os votos de João. É preciso olhar para o Clã Ribeiro a partir de seu protagonismo no que representa eleitoralmente suas lideranças. Lembrando os ensinamentos de Magalhães Pinto. O fato é que "camarão que dorme, a onda leva".

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