sábado, 25 de março de 2017

A deputados, o líder do governo Aguinaldo Ribeiro defende 'concertação nacional' sobre anistia ao caixa 2

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Na semana que passou, entre uma delação da Odebrecht e outra, um tema tornou-se onipresente nas infindáveis reuniões entre deputados: a anistia ao caixa dois. De A a Z, de vermelho a azul, parlamentares concordam sobre a tese de que após as revelações dos ex-executivos da maior construtora do país, a classe política precisa colocar de pé o projeto para se salvar na eleição de 2018. De quebra, levariam o principal: alívio na esfera jurídica, que é onde mora o problema real. 
O plano seria quase perfeito se não fosse pelo fato de que, embora haja consenso sobre a tese, ninguém sabe quem vai dar a cara a tapa e apresentar o projeto. Ou seja: qual deputado vai ter coragem de assinar a ideia, colocar a digital no papel para, depois em plenário, ser alvo de duras críticas de parlamentares no microfone, da tribuna, em rede nacional? Na semana passada, deputados discutiram exatamente isso. Em uma dessas reuniões, até advogados que trabalham com lideranças da Câmara foram chamados. 
O primeiro cenário discutido: deputados do PP se dispuseram a assinar o projeto. Mas querem a garantia de que, para ir para o "sacrifício", partidos do chamado voto de opinião não tenham  "duas caras", nas palavras de um líder da base aliada. Como assim? 
"Assim como a maioria, os tucanos defendem a ideia nos bastidores. Todo mundo concorda, fecha consenso e um deputado do PP encampa o projeto. Aí chega lá no plenário, um deputado do PSDB sobe à tribuna, critica a anistia e estaremos mais uma vez condenados publicamente sem aprovarmos o projeto". Em outras palavras: parlamentares até topam o desgaste, mas desde que seja um "grande acordo". 
A ideia foi defendida em outra dessas reuniões. Segundo o blog apurou, o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse a deputados que a anistia só passa se for fruto de uma grande "concertação nacional", um arranjo entre congressistas com aval do Executivo e da Justiça Eleitoral. Em outras palavras: um movimento suprapartidário, apoiado publicamente e explicitamente pela maioria dos partidos da base e oposição, além de avalizado por integrantes do Judiciário. 
Na Câmara, disse Ribeiro a aliados, só existe ambiente para tratar de anistia na reforma política se a proposta estiver casada com a solução para o financiamento de campanhas. Mas, assim como outros líderes, ele defende que o Senado é que deveria tomar essa iniciativa agora. Fato é que a divulgação da lista de Janot serviu de combustível para reacender de vez a articulação para viabilizar a anistia ao caixa dois. Não é exceção: virou regra nas conversas dos parlamentares.
Ou, como define um dos principais expoentes da base aliada: "Sabe conversa de elevador? Você entra, alguém fala: 'E esse tempo, hein? Ih, vai chover!' Então: é assim com a anistia ao caixa dois. É assunto recorrente em qualquer reunião, mas não avança". De uma forma ou de outra, avançando ou não, uma coisa é certa: o tempo fechou para a classe política. 
E todos ainda tentam cumprir o vaticínio de outro líder, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), e "estancar a sangria" da Lava Jato. (com Andreia Sadi)

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