Marcos Pereira decidiu apoiar o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), que conta com a simpatia tanto da direita quanto da esquerda. Motta é visto como um dos nomes favoritos do presidente da Câmara, Arthur Lira. Mas havia uma resistência por parte do Republicanos, já que Pereira - que é o atual primeiro vice-presidente da Câmara - planejava há alguns anos suceder Lira.
Integrantes do Palácio do Planalto entendem que Hugo Motta reúne condições de construir um acordo para ser o candidato de consenso da maioria da Câmara para ser presidente da Casa. Arthur Lira, inclusive, chegou a dizer no último fim de semana que se Pereira não desistisse em favor de Motta, ele iria anunciar apoio à Elmar Nascimento. O presidente Lula foi avisado às 5 da tarde da decisão de Pereira. Mais cedo, o presidente Lula se reuniu com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. E pediu que Brito retirasse a candidatura. Mas Kassab não aceitou.
A cúpula do União Brasil tinha a expectativa de que Lira anunciasse o apoio a Elmar Nascimento até o fim desta quarta-feira (04). A avaliação foi de que ao determinar um prazo - até o fim de agosto - para estabelecer de quem seria seu apoio, Lira criou uma situação difícil para seus aliados. E uma demora em anunciar o nome de Elmar acabaria por fragilizar a candidatura do líder do União Brasil.
Líderes partidários estiveram presentes em reunião na Residência Oficial na tarde desta terça (03). Ao fim, disseram que estavam tentando uma solução de consenso. O líder da Maioria, André Figueiredo (PDT-CE), afirmou: "A gente está no momento de fortalecimento do Parlamento. Se a gente sai fracionado, o Parlamento acaba perdendo essa força. A nossa busca é pelo consenso".
O governo também passou a apoiar a tese de Lira de que uma disputa entre mais de um candidato acabaria fragilizando não apenas Lira como o próprio governo. Mas tinha resistências ao nome de Elmar alegando que a sucessão de Rodrigo Pacheco no Senado está adiantada e que o União Brasil comandaria as duas casas.
A ascensão de Hugo Motta pode significar o último capítulo do imbróglio. O nome de Hugo Motta, que tem 34 anos e está no quarto mandato seguido como deputado federal, é quase uma unanimidade na Casa. (com Folha de S. Paulo)
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