domingo, 15 de junho de 2014

Após 65 anos de vida pública, Pedro Simon anuncia aposentadoria e diz: "Não esperem nada do Congresso".

Prestes a completar 85 anos de vida, o senador Pedro Simon (PMDB-PB), uma da últimas referências de moralidade na política nacional, esperneou, relutou, mas acabou cedendo e anunciou sua aposentadoria após seis décadas e meia de política e quatro mandatos consecutivos no Senado. Em entrevista ao Jornal O Globo, ele fez uma análise crítica da política brasileira,com ênfase na fragilidade dos partidos e na prevalência dos interesses pessoais no Congresso Nacional, por onde transitou com desenvoltura nos últimas 32 anos. Sobre a presidente Dilma Rousseff (PT), Simon foi taxativo: se entregou ao "toma lá dá cá" quando começou a perder popularidade e viu o projeto de reeleição ficar ameaçado.
"Faço 85 anos exatamente no dia em que encerro meu quarto mandato,em 31 de janeiro de 2015. São 65 anos de vida pública e 32 de Senado; então achei que era a hora de me retirar. Mas não foi uma decisão só minha. O PMDB também optou por fazer uma aliança com o PSB e a vaga (ao Senado) coube a eles (ao deputado Beto Albuquerque). Mas eu sempre disse que, se o partido tivesse alguma dificuldade, algum problema,eu concorreria. Foi uma decisão natural", declarou.
"Eu tenho dito ao povo, da tribuna do Senado, que não espere nada do Congresso. As iniciativas têm que vir do povo", completa o senador para, em seguida, concluir: "Se pudesse sintetizar minha vida na política, diria que sobrevivi. Cheguei no fim da onda inteiro. É suficiente", disse sobre o que levava desses 65 anos de vida pública.

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