O vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior (PMDB), teve seu nome citado no inquérito que tem o nome “PMDB da Câmara”, que investiga os ex-deputados do partido pelo crime de organização criminosa. A Polícia Federal concluiu e enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito, nesta segunda-feira (11). No grupo dos deputados e ex-deputados do partido estão inclusos o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
A PF atribui ao grupo as práticas dos delitos de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, entre outros. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo o relatório da PF afirma que o presidente recebeu 31,5 milhões de reais em propina a partir da suposta atividade criminosa do grupo. No relatório, relativo ao inquérito 4327, os investigadores incluem ainda os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, os três presos. O documento já foi enviado ao Ministério Público Federal e deve ser um dos elementos que subsidiarão nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer, a ser apresentada até sexta-feira – no próximo dia 17, ele deixa o cargo, que passará a ser ocupado por Raquel Dodge.
Conforme o Estado de S. Paulo, os 31,5 milhões de reais supostamente recebidos pelo peemedebista teriam se dividido entre os 500.000 reais entregues ao ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures por um executivo da JBS, os 10 milhões de reais que a Odebrecht teria pago a campanhas do PMDB a pedido de Temer, 20 milhões de reais referentes ao contrato PAC SMS da diretoria Internacional da Petrobras, feudo do partido na estatal, e 1 milhão de reais que teria sido entregue ao coronal aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, amigo de longa data de Michel Temer.
O relatório ainda cita, de acordo com o jornal, o repasse de 5,4 milhões de reais à campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012, que teria sido pedido por Temer, e doações oficiais e de caixa dois à campanha de Paulo Skaf ao governo paulista em 2014. Os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima atuariam, de acordo com a PF, como “longa manus” do presidente na arrecadação de recursos ilícitos junto a grandes empresas.
Também são citados no relatório os deputados federais André Moura (PSC-SE), líder do governo Temer no Congresso, Aníbal Gomes (PMDB-CE), Altineu Cortes (PMDB-RJ), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), e os ex-deputados Manoel Júnior (PMDB-PB), Solange Almeida (PMDB-RJ) e Nelson Bournier (PMDB-RJ).
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