Cássio declarou-se “surpreso” com o gesto de Aécio Neves. Licenciado da presidência da legenda, ele retornou ao posto apenas para interromper a interinidade de Tasso, repassando-a para o ex-governador paulista Alberto Goldman. Trata-se de um tucano ligado ao senador José Serra e ao ministro Aloysio Nunes Ferreira (Itamaraty), ambos de plumagem governista. Goldman comandará o PSDB até a convenção nacional marcada para o dia 9 de dezembro.
“Ficaremos muito atentos aos métodos que o governo vai utilizar”, declarou Cássio, preocupado com os rumos da convenção partidária. “Na política, pode-se ganhar ou perder. Mas essa intervenção do governo no PSDB não é prenúncio de boa coisa. Esse governo já demonstrou que é capaz de usar todos os métodos —os ortodoxos e os hererodoxos.”
Cássio acrescentou: “Não admitiremos passivamente a compra de convencionais, a pressão sobre governadores por meio de convênios, a tentativa de influenciar o voto com a oferta de empregos e vantagens. A essa altura, não é possível estimular essa pedagogia do atraso.”
O que acontecerá se os quatro ministros do PSDB desrespeitarem uma eventual decisão do partido a favor de desembarcar do governo?, quis saber o repórter. E Cássio: “A partir de decisão partidária, tomada pela instância máxima do PSDB, os ministros que quiserem participar do governo terão, evidentemente, que sair do partido. Do contrário, o partido deixaria de existir. Não faz sentido aceitar o desresopeito a uma decisão da convenção.”
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