Está aí a novidade na corrida à sucessão presidencial. O PCdoB comunicou nesta segunda (6), por meio de nota à imprensa, que a deputada Manuela D’Avila (RS) será pré-candidata à presidência da República.
Manuela é jornalista e deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, já tendo cumprido dois mandatos como deputada federal, sendo líder do PCdoB na Câmara dos Deputados. Foi indicada três vezes pelo Diap como uma das 100 “Cabeças” do Congresso e cinco vezes ao Prêmio Congresso em Foco, que premia os melhores parlamentares do Brasil. Novidade bem definida no artigo do jornalista Nonato Guedes, à seguir:
"Lembram do João Doria, o prefeito-factóide de São Paulo, que ensaiou um populismo de elite e de direita? Deu com os burros n’agua. Era fortíssimo candidato a presidente da República em 2018 na faixa de centro-esquerda, uma espécie de resposta de parcelas do eleitorado ao desastre que foram os governos do PT atolados em mensalões e petrolões da vida. Não é mais. Procura escafeder-se, pelo menos, na condição de vice – talvez do Geraldo Alckmin, o que seria impraticável porque teríamos, nessa hipótese, dois candidatos paulistas ou paulistanos. O fato é que Doria saiu de moda.
Manuela é jornalista e deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, já tendo cumprido dois mandatos como deputada federal, sendo líder do PCdoB na Câmara dos Deputados. Foi indicada três vezes pelo Diap como uma das 100 “Cabeças” do Congresso e cinco vezes ao Prêmio Congresso em Foco, que premia os melhores parlamentares do Brasil. Novidade bem definida no artigo do jornalista Nonato Guedes, à seguir:
"Lembram do João Doria, o prefeito-factóide de São Paulo, que ensaiou um populismo de elite e de direita? Deu com os burros n’agua. Era fortíssimo candidato a presidente da República em 2018 na faixa de centro-esquerda, uma espécie de resposta de parcelas do eleitorado ao desastre que foram os governos do PT atolados em mensalões e petrolões da vida. Não é mais. Procura escafeder-se, pelo menos, na condição de vice – talvez do Geraldo Alckmin, o que seria impraticável porque teríamos, nessa hipótese, dois candidatos paulistas ou paulistanos. O fato é que Doria saiu de moda.
A novidade neste final de semana foi o lançamento, pelo PCdoB, da candidatura da deputada estadual Manuela D’Avilla a presidente da República. Com o gesto, o PCdoB, uma contrafação do PCB histórico de Luís Carlos Prestes, sinalizou claramente que está se descolando da tutela do Partido dos Trabalhadores, a quem se aliou desde a redemocratização de 1985 que assinalou o fim da ditadura militar. As versões indicam que o PCdoB resolveu investir em candidatura própria por avaliar que o PT está demorando demais a definir se o ex-presidente Lula será ou não candidato no próximo ano. E não há tempo a perder nem espaço vazio, porque as forças de centro-direita continuam ativas procurando substituto de Doria e cada vez mais sendo empurradas para o colo do militar “bunda suja” Jair Bolsonaro, tal como é tratado pela oficialidade de elite, conforme revelou “Veja” semanas atrás.
Lula tenta viabilizar a candidatura a todo custo, desafiando a própria legislação, uma vez que ele está condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro por corrupção passiva – e embora o caso não tenha transitado em julgado, fica uma aura de indefinição sobre Lula ser ou não postulante ao Planalto. Em relação a Dilma, os petistas nem mencionam o nome, imagine-se cogitar dele como alternativa para suceder a Lula em caso de impedimento. Dilma não merece confiança, é o “eterno poste” que Lula inaugurou na política, é detestada nas bases ortodoxas do PT e, no dizer do próprio Lula, traiu o eleitorado na questão do ajuste fiscal. O PT quer sair como grande beneficiário de uma revanche nas urnas, mas o mito Lula já não comove mais.
Abstraindo o fato de ser filiada a uma legenda comunista num país onde há fortes restrições ao comunismo por parte de segmentos menos avançados ou menos politizados da sociedade brasileira, Manuela D’Avila representa o novo sob todos os pontos de vista – e simboliza, também, a coerência, um elemento que pode inspirar confiança e motivação a eleitores dispostos a votar em branco ou anular seu voto nas eleições do próximo ano. A coerência está no fato de que, desde quando jovem vereadora em Porto Alegre, Manuela já pontificava no PCdoB. Ao mesmo tempo, ela passa sinceridade e conhecimento mínimo dos problemas gerais que afetam o Brasil.
As velhas cúpulas estão dando voltas em círculo para identificar ou localizar candidatura que tenha “frescor” para o eleitorado, do ponto de vista de transmitir jovialidade e, ao mesmo tempo, “timing” para enfrentar os desafios da presidência da República. Pois Manuela tem o tal “frescor” – injeta sangue novo na desgastada atividade política, tem capilaridade para atrair um expressivo contingente de indeciso de desiludidos com a política e os rumos que ela tomou no Brasil. Que Doria ou Luciano Huck que nada. Manuela pode ser a chave para os que estão órfãos de representatividade e buscam, de alguma formam influenciar no processo decisório.
Um outro significado da provável candidatura de Manuela D’Avila é simples: expressa que o PT, definitivamente, saiu de moda. Já não é mais a fonte inspiradora das esquerdas. Aliás, o fiasco das caravanas intentadas por Lula no Nordeste e em Minas Gerais demonstra o estado de exaustão com a pantomima petista,que prega moralidade com a mão e com a outra avança no erário público, saqueia recursos destinados a investimentos em programas sociais. Fato curioso, o presidente Michel Temer nem se anima a dizer-se candidato à reeleição porque tem consciência de que é o presidente mais desaprovado no ciclo democrático brasileiro. E o PT, que esperava surfar na onda do desgaste e da impopularidade de Temer, vem perdendo dia após dia suas bandeiras e, especialmente, a confiança da população. Pode dar Manuela na cabeça!"
Por Nonato Guedes
Por Nonato Guedes
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