O precipitado anúncio (ontem 08.06.2018) de uma chapa que dividirá as oposições na Paraíba - pela sua formação - vem concretizar a tese da existência “autista” no mundo político, onde se acomodam alguns dementes, literalmente desconectado com a realidade e desmemoriado de exemplos mal sucedidos por aqueles que tentaram nomear “herdeiros” de um patrimônio (votos) que pertence ao povo.
O prefeito de Campina Grande, que após um ano de peregrinação por todo o estado não conseguiu viabilizar sua candidatura para governador (eleições 2018), se juntou com o de João Pessoa, e lhes passou o bastão. Cartaxo “amarelou” diante do desafio e indicou seu irmão gêmeo (?) que há quarenta dias não ultrapassou a ponte do Rio Sanhauá. Sua plataforma de campanha se resume em transformar a residência oficial do governador (Granja Santana) em um parque infantil. Diante de tanta “miopia”, o aconselhável foi lhes indicar uma companheira de chapa “oftalmologista” que pode até ajudá-lo a enxergar, porém, jamais “ver” a mediocridade desta esdrúxula composição “familiar” - de caráter mesquinho - e com nítido propósito (ou devaneio) de ocuparem o poder a qualquer custo, ignorando completamente qualquer raciocínio lógico do eleitor, transformando-os em idiotas.
Infelizmente chegamos à conclusão que o poder deve ser mesmo “doentio”, ou deixa psiquicamente “enferma” as pessoas que o desfrutam por muito tempo. Romero Rodrigues sabe das dificuldades e os longos anos de aprendizado que lhes foi necessário, para alcançar o posto de Prefeito de Campina Grande. Foi vereador, presidente da Câmara Municipal de Campina Grande; Deputado Estadual; Chefe da Casa Civil (com poder de caneta) do então governador e primo Cássio Cunha Lima; Deputado Federal, com bom desempenho no parlamento, conquistar finalmente o respeito da população Campinense, que o elegeu e reelegeu Prefeito da Capital do interior nordestino.
É inimaginável que com tanta experiência, cometa um erro tão primário, como permitir que sua esposa componha uma chapa para o governo do estado - encabeçada por um cidadão - cujo único mérito é ser irmão do atual prefeito da Capital. E o Senador Cássio Cunha Lima? Não está percebendo este desastre? Apesar de sua excelente posição nas pesquisas – para o Senado Federal - não tem “musculatura” para alavancar e sustentar esta aventura “sangue azul”. As uniões familiares para fortalecerem o poder, morreram com as Monarquias Absolutistas. Nem a Rainha da Inglaterra tem coragem de lançar membro de sua família na política partidária. Preferem se acomodarem na Câmara dos Lordes, que disputarem o voto dos seus súditos.
Poder político numa democracia não se transfere nem se herda: se conquista. Senador Cássio Cunha Lima começou sua luta pela conquista do poder, nas eleições de 1986, quando seu pai era Prefeito de Campina Grande. Mesmo assim, fez uma campanha diferenciada. Foi o candidato “constituinte” representando a juventude. Campeão de votos no estado - altíssimo percentual do voto feminino – que o denominava de “Cássio Coisa Linda”. Para suceder seu pai – se na época tivesse segundo turno – teria sido derrotado. Edvaldo do Ó, dividiu a oposição com Enivaldo Ribeiro.
Sua caminhada para alcançar o governo do estado se alicerçou em três mandatos como Prefeito de Campina Grande; dois de Deputado Federal; passagem pela extinta SUDENE como Superintendente; apoios imprescindíveis de adversários históricos como Wilson Braga e Efraim Morais e a desistência de Ney Suassuna (2002) véspera das convenções, levando José Maranhão a lançar seu vice Roberto Paulino, que não havia se preparado para disputa. Uma vitória apertada no segundo turno levou Cássio ao Palácio da Redenção.
Registrem-se exemplos históricos: palanque fraco, derrota todos. Senador Cássio Cunha Lima e alguns candidatos a renovar seus mandatos para a Câmara dos Deputados podem ser vítima de um “empuxo”, afogando-se no naufrágio desta chapa “Titanic”.
Por Júnior Gurgel (publicada em 09.06.18 na A Palavra)
Nenhum comentário:
Postar um comentário