Uma “pérola” de incoerências e improvisos mal arranjados, a entrevista do pré-candidato Lucélio Cartaxo - principal protagonista de um projeto natimorto – com vistas à sucessão do governador Ricardo Coutinho. Discurso vazio, despido de ideias e repetitivo nos velhos chavões de renovação (?) sem começo, com “meio” confuso e final desastroso. Tentando atingir o senador José Maranhão, Lucélio Cartaxo (PV-PB) ilustrando o “novo” afirmou que “tudo seria diferente, sem o anacronismo do passado...”. Um astuto jornalista perguntou: “onde fica seu aliado Cássio Cunha Lima”? Ele representa o passado, já governou a Paraíba. Lucélio se perdeu. A resposta foi semelhante - e tão convincente - quanto à do saudoso radialista (era de ouro do rádio) campinense Gil Gonçalves, num momento em que se viu em apuros: “procurando o martelo*”.
Enquanto Lucélio Cartaxo desafinava - esquecendo até trechos da letra musical que entoava uma canção não ensaiada - o prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues se justificava na mídia, respondendo ao claudicante arlequim João Azevedo, usando a “Cristandade” como pretexto. Em seus argumentos desprovidos de lógica ou razão, Romero Rodrigues interpretou - pelo que ficou subentendido - que o povo paraibano aspira por uma chapa cujo principal propósito seja unir duas famílias. Sem dúvidas, para que se amplie ainda mais o nepotismo reinante. Se isto não for insanidade, é mediocridade sem precedentes.
Se seu desígnio tem como missão unir famílias, Romero Rodrigues deveria começar a partir de sua própria “linhagem”. Trazer de volta a mesa de jantar do Clã Cunha Lima Renato, irmão de Ronaldo e tio de Cássio, e o deputado estadual Arthur Filho, ambos ainda na base do governador Ricardo Coutinho. Amenizaria as tensões entre Bruno e Tovar – seu parente por afinidade, genro do Conselheiro Fernando Catão seu tio, a quem confiou sua Chefia de Gabinete na PMCG com “poder de caneta”. Alavancaria o nome de seu irmão Moací, eterno candidato a deputado federal - carente de seu apoio – frustrado sempre com tristeza ao ver sua postulação abortada antes das convenções. Para surpresa de todos, Romero Rodrigues vem aos poucos – em público – minimizando a grandeza da liderança de seu criador, senador Cássio Cunha Lima.
A escritora inglesa Mary Shelley, autora da primeira obra de ficção científica, “Frankstein ou o Moderno Prometeu” (1818), não previu que seu enredo seria plagiado na distante província da Parahyba – na época pertencente ao Império do Brasil – e no final do longínquo século XX, já como República Federativa e em regime democrático. Senador Cássio Cunha Lima será vítima de suas “criaturas”, como o personagem de Mary Shelley? Que o diga o senador José Maranhão, “criador” da figura de Prefeito da Capital Ricardo Coutinho, Luciano Cartaxo e o de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego, que hoje unidos ou separados – motivados por suas rebeldias ingratas - tentam defenestrar aquele que lhes deu o “sopro” de vida, como homens públicos.
Por Júnior Gurgel (Publicado em A Palavra - 12/06/2018)
*Procurando o Martelo – muito usado na redação do extinto Diário da Borborema, na época do seu Editor Chefe, Jornalista Josusmá Colho Viana. Referia-se a surpreender alguém e encalacra-lo sem respostas. Poucos sabiam a origem. Saudoso Gil Gonçalves, fino, educado e muito culto - já sexagenário e em sua fase da pré-andropausa – costumava divertir-se furtivamente com suas secretárias do lar. Numa certa manhã de domingo sua esposa foi à missa, e voltou às pressas por ter esquecido a mantilha. Na cozinha, a secretária em frente ao fogão e Gil a abraçando por trás. “O que é isto Gil”? Bradou sua senhora. Gil, diante da surpresa respondeu: “estou apenas procurando o martelo”.
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