Em entrevista ao autor do Blog na manhã desta sexta-feira (17), Hugo Motta discorreu de como acompanhou o anúncio do deputado Aguinaldo. “Soltamos uma nota clara sobre a posição do partido. Mas, diante das circunstâncias, um partido leal não pode ser desrespeitado. Temos um partido que tomou forma e cresceu, não é um partido de uma pessoa só. Tem lideranças”, disse.
Hugo Motta, que é defensor da candidatura de Efraim Filho (União Brasil) ao Senado, avaliou que apenas o governador João e o prefeito Cícero Lucena acreditavam que Aguinaldo seria postulante à senatória. Na visão do deputado, essa posição do governo levou com que aliados fossem deixando a base.
“Sempre soubemos que ele não era candidato ao Senado. Não havia comportamento de candidato. Aí ele vem e constrói essa aliança com o governo, já impondo a vice. Agora, qual o critério? Precisamos saber, porque o Republicanos também tem que participar das discussões. O Republicanos não vai aceitar prato feito”, enfatizou.
Hugo afirmou que caso fosse esse o desejo do PP desde sempre, a colocação na mesa do objetivo poderia ter ajudado na formação da chapa.
“Se o PP quisesse a vice, tivesse falado antes de Efraim sair. Quarta-feira se constatou o que toda Paraíba já sabia. [O governo] foi perdendo aliados e no final, sem dizer que vota, ameaçando ser candidato, vem de última hora, só fez atrapalhar e ainda quer levar a vice. A gente, que há quatro anos está junto, teve que saber pela imprensa. Eu sou participe de um grupo. Não posso ser pego de surpresa, não posso admitir isso”, discorreu.
Ao ser questionado pela Coluna se essas queixas poderiam ser um sinal de distanciamento do Palácio da Redenção, Hugo respondeu: “Eu não sou de estar ameaçando. Estou dizendo que o nosso projeto é João Azevêdo. Mas, o Republicanas precisa ser ouvido e respeitado. Não acontecendo isso, aí é outra etapa”, avisou.
O presidente do Republicanos enfatizou que a sigla espera ser chamada para avançar diálogos e entendimentos sobre a majoritária. “Ontem na nota, dissemos que aguardamos ser chamados. Estamos na espera. Com muita paciência”, ponderou. Ele, no entanto, voltou a endurecer o tom contra a posição do PP.
“Nosso partido entende que nessa construção fomos atropelados. Não cabe a nós aceitar isso. E tem outra coisa, um partido que quer compor a chapa não pode chegar agredindo e atropelando quem já é aliado”, disse.
Apoiador da candidatura de Efraim Filho, Motta sinalizou que um retorno do deputado à base governista seria “boa” para ambos. “Essa é uma situação que precisa ser reconstruída. Não sei a possiblidade disso acontecer. Agora, seria bom para ambos”, destacou.
Hugo Motta tem razão em quase tudo. Mas há de admitir que é desconfortável reivindicar uma vice votando no senador de uma chapa adversária. (com Walisson Bezerra)
Nenhum comentário:
Postar um comentário