quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Sintomática saída de Silvia Cunha Lima e críticas de RC antecedem decisão de Cássio agendada pra segunda quinzena de fevereiro...

O governador Ricardo Coutinho (PSB) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) travam hoje uma verdadeira "guerra fria" que promete só acabar na segunda quinzena de fevereiro, quando o tucano decidir, junto com o PSDB, se será candidato ao Governo. De um lado, Cássio dá claros sinais de rompimento da aliança celebrada em 2010 e lançamento da candidatura. Do outro, o governador prefere fingir que nada está acontecendo, embora comece a sentir a coisa caminhar para o enfrentamento e vem mandando "recados" ao ainda aliado.
Além do tom do discurso, que prioriza críticas ao Governo e o desejo de "seguir a vontade dos paraibanos", Cássio tem acenado de outras formas na direção do rompimento, como sugerir uma avaliação da gestão RC e comunicar a alguns correligionários que quer voltar ao Governo. Mas, talvez o fato mais sintomático até agora seja mesmo a saída da ex-esposa e ex-primeira-dama do Estado, Silvia Cunha Lima, do cargo de coordenação que ocupava no Governo. Dizem que falta apenas a publicação no Diário Oficial. E foi ela quem pediu pra sair. Silvia deve ocupar cargo de mesmo porte na administração de Romero Rodrigues, em Campina Grande.
Embora do lado do governador a ordem seja manter o discurso de preservação da aliança até 2018, como de origem, Ricardo já emite sinais, ainda tímidos, de que está pronto para a luta. Dias atrás, a secretária Chefe de Gabinete, Estelizabel Bezerra, disse que o projeto de reeleição de RC independe de Cássio e que o PSB está preparado para enfrentá-lo. A repercussão não foi a esperada, mas a declaração deixou cassistas enfurecidos. Outro episódio mais recente aconteceu após o anúncio do aumento dos servidores, quando quase passou despercebida uma frase do governador lembrando que não seria "irresponsável como outros (governadores) que deram aumento (em patamares astronômicos) porque iam sair e deixaram para os sucessores pagar".
Ricardo não citou nomes. Apenas disse que os exemplos foram muitos país afora. Ele poderia estar se referindo ao ex-governador José Maranhão (PMDB), no caso dos reajustes pré-eleitorais dos servidores e até da famosa PEC 300 dos policiais. Mas, todos sabem que Cássio, próximo de deixar o cargo por decisão da Justiça Eleitoral, mandou para a Assembléia Legislativa aprovar mais de uma dezena de PCCRsque resultaram em aumento real para várias categorias. E assim caminham RC e Cássio. (com Vanderlan Farias)

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