Quer saber como funcionam as coisas na política? Veja só.
A cobrança das bagagens abaixo de 23 kg nas passagens aéreas foi derrubada pelo Congresso em maio. Como sempre tem sido ultimamente, graças ao apoio dos partidos do chamado Centrão.
Quando esse bloco informal, que reúne cerca de 200 deputados, se junta aos partidos governistas, o Palácio do Planalto sai vitorioso. Mas quando o Centrão se alia à oposição, o governo é derrotado.
Foi o que ocorreu na votação da MP 863 que liberou 100% de participação estrangeira nas companhias aéreas com sede no Brasil. A MP foi aprovada, mas, juntos, oposição e Centrão conseguiram incluir uma emenda com a gratuidade das passagens.
Por sugestão do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Bolsonaro acabou vetando essa alteração.
Mas estava marcada para hoje, às 15h, a sessão do Congresso Nacional que votaria vetos presidenciais.
Tudo indicava que a cobrança seria derrubada. Voltaria a gratuidade contra a vontade do governo e das companhias aéreas.
Mas a sessão do Congresso foi adiada. Talvez ocorra amanhã, ou na semana que vem.
Em seu lugar foi marcada para hoje uma sessão da Câmara. Para quê?
Os deputados tentarão aprovar, antes, o projeto que aumenta para R$ 3,7 bilhões os recursos do Fundo Eleitoral para os partidos políticos gastarem no ano que vem.
Também foi marcada sessão no Senado. Será aprovada uma emenda à Constituição (PEC) que permite que a União compartilhe com estados e municípios os recursos arrecadados nos leilões do pré-sal.
Com isso, senadores darão a governadores e prefeitos 30% do que for arrecadado com a cessão onerosa da Petrobras.
Viu só? Oposição e Centrão devem conseguir aprovar o aumento de recursos para os partidos políticos. E os estados e municípios ganharão uma grana da Petrobras.
Tudo graças ao adiamento da votação da cobrança das passagens aéreas.
E advinha só quem corre o risco de sair perdendo?
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