Já diz a máxima que em política não existe espaço vazio. Depois do prefeito Cícero Lucena romper com o Governo por não aceitar a candidatura legítima do vice-governador Lucas Ribeiro (UP), em prol de projeto pessoal de poder, líderes da base governista: o governador João Azevêo (PSB), deputado federal Aguinaldo Ribeiro (UP) e o presidente Hugo Motta (Republicanos), podem lançar mão de uma carta estratégica para minar o adversário onde ele imagina ser seu terreiro (a Capital).
Trata-se do pastor Sérgio Queiroz, um nome respeitado e com potencial para decidir a campanha a partir de João Pessoa se posicionado no lugar certo e com a pessoa certa. Queiroz pode ter à frente a chance de acertar (pela primeira vez) na política. Imagine ser vice-governador na chapa de Lucas Ribeiro. Chapa fortíssima. Resolve a parada na Capital, soma em Campina Grande e no interior a partir das igrejas e do voto conservador.
João Pessoa já demonstrou que é mais à direita e no campo conservador, por isso, cai como uma luva a chapa Lucas/Sérgio. Dois homens de Deus, de fé, de famílias, decentes. Sérgio Queiroz teria a chance de ajudar a Paraíba num cargo eletivo. Tem recall, mas esse recall precisa ser colado num projeto firme e com chances reais de vitória. E contra números não há argumentos. Para o êxito é preciso somar com um fato novo à estrutura que já se tem (governo).
Em 2022, na disputa ao Senado, Sérgio Queiroz venceu em 100% das runas na Capital obtendo 106.885 votos (28,02%) mas sem apoio de grupos políticos ficou em quarto lugar no estado com expressivos 233.849 votos (11,67%). Ali o bolsonarismo foi de Bruno Roberto (com 231.968 - 11,68%). Poderia ser eleito pela situação, mas preferiu a 'ideologia' que o trocou por conveniência. No 2º turno, enquanto Nilvan (vitorioso na Capital - 1º turno) ficou sem apoiar ninguém, o pastor (convencido por Cássio) vestiu a camisa de Pedro (terceiro no 1º turno na Capital - 111.766 votos 26,50%) sendo responsável por sua vitória (com 255.264 votos - 58,11%) na Capital no 2º turno sobre João Azevêdo (184.047 votos - 41,89%) apoiado por Cícero.
Quando o pastor insinuou disputar a prefeitura (2024) ficou sozinho. Foi um alívio para Cícero (com o forte apoio de João e do Clã Ribeiro) reeleito em cima do rejeitado Marcelo Queiroga (foi ao 2º turno alavancado pelo pastor). Agora, dando bulhufas para 'ideologia', Efraim Filho será candidato pelo PL numa parceria conveniente com o ex-presidente Bolsonaro e Cássio vai de Cícero. O pastor Sérgio Queiroz (desistiu de disputar o Senado) pode ter a chance de acertar.
Em 20224, rejeitado Queiroga teve 146.129 votos (36,09%) alavancado pelo apoio do pastor. O eleitor conservador da Capital o queria candidato e ele sabia disso. É preciso ter a clareza do seu papel na política, já que não é mais neófito, deixar de lado aventuras e entrar num projeto com reais chances de vitória. Nesse xadrez fecharia João Pessoa com Lucas/Sérgio. Próprio pastor disse ao recuar da disputa ao Senado, em 2026 pela chapa do PL, que não tem mais espírito para aventuras. Já é um bom começo.
E a base governista tem à frente a carta mais estratégica que seria a surpresa, o fato novo, a causar uma reviravolta extraordinária de minar o adversário onde ele imagina ser seu terreiro, além da soma que vai assegurar o êxito da chapa governista em 2026 e rescreverá uma nova história na Paraíba.

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