Mais uma grave denúncia de superfaturamento do Governo do Estado vem à tona, com ares de escândalo. A Secretaria de Estado da Administração contratou, no início de 2013, um software por R$ 54 milhões da empresa Link Data, de Brasília. Detalhe: o Conselho Nacional de Justiça comprou o mesmo programa por menos de R$ 1 milhão: exatos R$ 999.771,10.
Numa conta matemática simples, o valor desembolsado pelo governo paraibano foi superior em, pelo menos, 54 vezes o que o CNJ pagou à empresa Link Data, em Brasília, para dispor de uma solução integrada e informatizada de gestão de patrimônio, compra e almoxarifado. E não fica por aí.
Numa comparação com uma compra similar feita pelo Governo do Estado de Sergipe, a situação é também vexatória: lá, no estado vizinho, a aquisição do programa de computador não ultrapassou os R$ 2,8 milhões. Com essa compra milionária, o Governo do Estado bancou um superfaturamento astronômico: nada menos que 1.800% em relação ao valor pago pelo mesmo software do Governo de Sergipe. O valor seria suficiente para contratar 230 engenheiros de software do Google pelo período de um ano, pagando R$ 235 mil/ano.
Outra gravidade
Um detalhe ainda mais grave: o governo destinou, em todo seu mandato, R$ 57 milhões para a estatal Codata (Companhia de Processamento de Dados do Estado da Paraíba), mas comprou um programa de computador superfaturado por quase o mesmo valor. Os gastos, ao longo de quase quatro anos, do governo com a Codata, envolvem investimentos em equipamentos, pagamento da folha salarial e custeio.
Helicóptero
Na prática, o superfaturamento na compra desse programa de computador se constitui num escândalo ainda maior do que o da aquisição de helicóptero Esquilo B2 pelo atual governo. A aeronave, já usada, foi adquirida por R$ 9,6 milhões, enquanto que uma nova custa custa pouco mais de R$ 7 milhões.
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