Em jantar organizado para discutir reforma política nesta segunda-feira, 4, o assunto principal foi o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo deputados da base governista, houve consenso de que a decisão de rever o acordo de delação premiada dos empresários do grupo JBS abalou a credibilidade de Janot e favoreceu o presidente Temer.
Nas palavras de um parlamentar que esteve no encontro, e que não costuma ter papas na língua, o sentimento geral é de que Janot “se f...”. O jantar, realizado na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reuniu líderes da base e da oposição. A toda hora, a discussão sobre a reforma política era interrompida por notícias que chegavam aos celulares dos deputados.
A mais comentada foi uma publicada pelo site da revista “Veja”, que diz que a gravação que poderá levar à anulação da delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista faz menção a quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao deixar o encontro, o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que não iria se pronunciar porque precisava analisar melhor o pronunciamento do procurador-geral da República, mas ironizou a situação. "Vão ter que fazer um novo filme da Lava Jato", em referência ao longa lançado na semana passada sobre a operação.
Mais cedo, ainda no plenário da Câmara, deputados da base avaliaram que a decisão de Janot de abrir uma investigação que poderá a levar à anulação da delação dos empresários vai enfraquecer uma eventual segunda denúncia contra Temer. Em seu pronunciamento, no entanto, Janot fez questão de ressaltar que a decisão não invalidava as provas colhidas durante o processo e não interferiria na apresentação de novas denúncias. (AE)
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