A Revista Crusoé publicou reportagem intitulada “O Cabral Socialista”, nesta sexta-feira (10), em que detalha trechos das investigações da Operação Calvário envolvendo o Governo da Paraíba, na época da gestão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). Em determinada parte do texto assinado pelo jornalista Fábio Serapião, ele relata trechos da delação premiada do ex-secretário de Turismo, Ivan Burity, em que revela suposta negociação envolvendo o Banco Bradesco e a empresa Alpargatas, que teriam condicionado a doação de campanha à reeleição do socialista, em 2014, em troca de benefícios do Governo do Estado.
“A ordem, diz o delator, era ‘ir pra cima’ e conseguir 3 ou 4 milhões de reais. Deu certo. Burity conta que o Bradesco e a Alpargatas concordaram em dar o dinheiro, oficialmente, mas as doações foram condicionadas a benefícios no governo de Coutinho. Diz ele: ‘Os benefícios do Bradesco estavam relacionados ao processamento e operacionalização dos créditos consignados tomados pelos servidores públicos estatais ao passo que Alpargatas tinha benefícios fiscais’. Teria funcionado.”, diz a matéria da revista Crusoé.
Em trecho da delação reproduzido pela Revista Crusoé, Ivan Burity conta que a doação estreitou a relação do Bradesco com o grupo de Ricardo Coutinho. “Fato relevante: A partir deste evento a relação com Ricardo Coutinho e seu governo se estreitou com o Bradesco de tal forma que não só os consignados foram mantidos, mas também a folha de pagamento do Estado migrou do Banco do Brasil ao Bradesco, tudo intermediado por Livânia, que era secretária de administração”, contou.
A reportagem, chega a comparar o ex-governador, Ricardo Coutinho a Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, intitulando o paraibano como o “Cabral socialista”. “Assim como a Lava Jato, a Operação Calvário, do Ministério Público da Paraíba, batizou sua sétima fase de Juízo Final. Ao prender o ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB, às vésperas do Natal, a investigação descortinou o funcionamento de um esquema azeitado de corrupção que, dizem os investigadores, era comandado pelo socialista e tinha tentáculos que alcançavam o Tribunal de Contas do estado, o Judiciário, o Ministério Público e a Assembleia Legislativa”.
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