A diretoria da Agência de Regulação do Estado da Paraíba (ARPB) acatou o índice de 8,67% de aumento da tarifa de água solicitado pela Cagepa. O presidente da ARPB, José Otávio Maia de Vasconcelos, afirmou que a decisão foi encaminhada ontem à Secretaria de Planejamento do Estado para ser homologada. O reajuste entra em vigor 30 dias após ser publicado no Diário Oficial do Estado. O aumento é linear e será válido para todos os segmentos: residências, empreendimentos do comércio, indústria e órgãos públicos. Por mês, a Cagepa emite mais de 800 mil contas de água e o reajuste vai atingir cerca de 760.000 unidades consumidoras. O restante, em torno de 40.000 usuários, não terão suas contas oneradas porque estão incluídos na tarifa social, que está congelada em R$ 10,65.
José Otávio Mais de Vasconcelos explicou que a diretoria da ARPB concordou com o reajuste solicitado pela Cagepa porque os 8,67% estão abaixo da inflação registrada de agosto de 2012 a setembro de 2013. Este foi o período usado pela Cagepa para a base de cálculo do aumento. O presidente do Sindicato da Indústria da Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa, disse que o impacto nas usinas produtoras de etanol na Paraíba "é forte. Uma usina tem uma conta de água para irrigação muito elevada, varia de R$ 100 mil a R$ 200 mil. Muitas vezes a empresa paga alto pela água usada no reservatório, coletado pela água da chuva, pois isso é exigência de uma lei federal. Então, isso é um custo significativo para os empresários do setor”.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB), Magno Rossi, também ficou insatisfeito com o aumento. “Neste tempo de incertezas na economia e processo inflacionário, este é mais um fator de elevação de custos, outorgados pelos órgãos públicos. Esse reajuste não é bom para a competitividade da economia paraibana e pode ter reflexos negativos na indústria, como retração nas vendas”, frisou. A Cagepa apresentou o percentual de aumento em uma audiência pública realizada no dia 1º de novembro. Na ocasião, o presidente da companhia afirmou que para a fixação do índice foram incluídos gastos com exploração e manutenção dos sistemas em funcionamento e disse que as tarifas pagas pelos consumidores precisam cobrir as despesas da empresa. Ele lembrou ainda que a Cagepa enfrenta de 8% a 10% de inadimplência e não conseguiu equilibrar seu fluxo de caixa.
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