Nas pegadas do pronunciamento de Dilma Rousseff aos governadores e prefeitos de capitais, os partidos de oposição divulgaram um manifesto. “…A presidente da República não assumiu suas responsabilidades, tangenciou os problemas e buscou desviar o foco dos reais interesses expressos pela população”, diz o texto. Subscreveram a peça os presidente do PSDB, Aécio Neves; do DEM, José Agripino Maia; e do PPS, Roberto Freire. Eles acham que as ruas apinhadas não ensinaram muita coisa a Dilma. “Não há humildade para reconhecer erros e dar dimensão correta às dificuldades que atingem o dia a dia dos cidadãos”, escreveram.
Junto com o manifesto, divulgou-se uma “agenda”. Divide-se em três blocos: transparência e combate à corrupção, pacto federativo e melhoria da gestão, ética e democracia. Eis alguns tópicos: CPI e auditoria dos gastos da Copa, divulgação das despesas com as viagens presidenciais e cartões corporativos da Presidência, adoção do Ficha Limpa no preenchimento de cargos no Executivo, abertura dos dados relativos aos empréstimos concedidos pelo BNDES nos últimos dez anos, esclarecimentos sobre negócios fechados pela Petrobras.
Mais: redução à metade dos 39 ministérios e dos 22 mil cargos comissionados do governo federal, revisão das dívidas dos Estados, “tolerância zero” com a inflação, conclusão das obras de mobilidade urbana da Copa até o início da competição, apoio ao Plano Nacional de Educação que eleva investimentos para 10% do PIB, 100% dos royalties petrolíferos para a educação, destinação de 10% da receita corrente líquida do governo para a saúde, reforma política e um enorme etcétera. Minoritária na Câmara e no Senado, a oposição sabe que sua agenda não tem a menor chance de prevalecer. Foi divulgada com o propósito de estabelecer o contraponto.
Resumo da ópera: Dilma, ao propor plebiscito para Constituinte exclusive, está enganando o povo. Se as manifestações continuarem, a presidente vai acabar decretando estado de sítio.
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