quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Presidente do Conselho Tutelar de Itaporanga fala no PB Notícias sobre diversos assuntos e diz que autoridades precisam buscar juntas solução pra grupo de menores inflatores que tem aterrorizado a cidade

Durante entrevista ao PB Notícias, desta terça-feira (6), o presidente do Conselho Tutelar de Itaporanga Ildemarcos Alventino Frade discorreu sobre diversos temas que foram abordados pelos âncoras e pela população, participando através do telefone. Claro que o assunto de maior interesse da população se referiu a busca de solução para um grupo de adolescentes que tem aterrorizado a cidade.
Essa turma, em torno de cinco meninos, tem arrombado casas, prédios públicos [o caso mais recentes aconteceu neste fim de semana com o roubo de vários objetos do Peti], e tentativa de homicídios, a exemplo, do caso em que um idoso de 67 anos foi torturado com saco plástico colocado na cabeça e quase veio à óbito. ocorrido semanas atrás. Diante disso, a população clama que as autoridades do município busquem urgentemente uma solução pra esses menores.
"Infelizmente o que agente pode fazer temos feito, levamos o caso à delegacia, mas a lei não permite que eles sejam presos. Sem falar que temos que esperar quase um ano para que a justiça autorize internação, devido a falta de vagas nas casas de acolhida em João Pessoa. Embora o Promotor de Justiça já esteja sabendo dessa situação e ele mesmo pede que a população denuncie os casos à polícia para se embasar melhor e pedir a internação", disse Ildemarcos.
Para Marquinhos, como é mais conhecido, o Vale do Piancó tem condições de ter uma casa de acolhida justamente para acolher menores infratores desse porte. "Mas falta interesse e vontade dos gestores. Anos atrás Dr. Eduardo [promotor de Justiça] até tentou articular junto aos prefeitos da região. Mas falta interesse em resolver a questão", frisou. Falando sobre o roubo de equipamentos e alimentos do Peti, registrado este final de semana, ele questiona também a responsabilidade dos vigias do prédio.
Com relação à exploração sexual na cidade, o conselheiro afirmou que apesar das denúncias terem tido uma diminuição os casos continuam a ocorrer. "O problema é que as pessoas se omitem em denunciar por medo de ter seus nomes revelados. O que não acontece. É só fazer uma denúncia anônima", pontua. Marquinhos diz que atualmente o maior tráfico com relação à crianças e adolescentes não é drogas, mas na pornografia e acata sugestão do programa para desenvolver um trabalho em cima das lan houses da cidade.
"Interessante porque não havíamos ainda feito um trabalho nesse sentido e, agora, iremos preparar uma ação em cima dessas lan houses para saber como as crianças estão utilizando a internet, por exemplo", disse. Marquinhos reclamou que há uma dificuldade no trabalho por conta da constante falta de delegado em Itaporanga. "Ontem mesmo levamos uma ocorrência e quando chegamos lá não tinha delegado e aí agente tem de deixar o caso pro dia seguinte e ficamos a espera de um", queixa-se.
"O Conselho tem feito um grande trabalho em Itaporanga. Agente vinha com uma dificuldade também com as substituições de promotores, mas chegou um agora que deve ficar por aqui. Recebemos muitas denúncias e sabemos que aonde há fumaça há fogo. Mas, é importante que as autoridades em geral busquem juntas uma solução pra casos extremos como o desse grupo de menores infratores que tem aterrorizado a cidade. Muito embora saibamos que o problema começa em casa por falta de estrutura familiar", afirma.
Marquinhos diz que o Conselho Tutelar tem recebido total apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social e de órgãos, à exemplo, do Creas mas lembra que é preciso promover capacitação para os demais integrantes, que são novatos. "Eu já participei de várias em João Pessoa, Recife, etc, mas meus outros quatro colegas são novatos e ainda não participaram de nenhuma. É importante que seja promovida capacitação para reciclá-los. Vou pedir à secretária Naura que providencie a confecção de panfletos sobre a atuação do Conselho para serem distribuídos à população, inclusive, com telefone para denúncias", disse
Ao concluir, Marquinhos lamentou o fato de algumas escolas da cidade ainda não terem dado o sinal verde para a realização de palestras, com alunos e professores. "O que é lamentável pois até o momento apenas uma, de cinco que procuramos meses atrás, nos autorizou a fazer uma palestra para falar sobre nosso trabalho", afirmou. Além de Marquinhos, o Conselho Tutelar de Itaporanga é composto pelos conselheiros Etânia Ferreira, Maria Sinelândia, Damiana Rufino e Welton Queiroz.

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