Com abate clandestino, Itaporanga não sabe origem da carne que consome |
Durante os anos de 2011 e 2012 a claque política do então postulante ao cargo de prefeito de Itaporanga, professor Audiberg Alves (PTB), montou uma estratégia para chegar ao poder: passar a criticar sistematicamente na imprensa a falta de condições sanitárias do matadouro público e questões ambientais do aterro sanitário. Resultado: conseguiram o fechamento via judicial dos dois equipamentos. O ex-prefeito Djaci Brasileiro (PSDB) correu atrás para conter a sangria, mas não conseguiu êxito.
Djaci sofreu o desgaste político por conta de um equipamento construído há mais de três décadas: o matadouro público, na realidade, sem condições de permanecer aonde estava. Diante disso, o ex-prefeito providenciou a execução de um projeto para construção de um novo matadouro, orçado em pouco mais de R$ 900 mil, chegando até a adquirir uma área de três hectares, cerca de três quilômetros de distância da cidade. Djaci não venceu as eleições de 2012, como todos sabem, puxado pra baixo por conta das denúncias.
Mesmo assim ele finalizou o projeto, adquiriu o terreno e conseguiu a licença ambiental. Restando ao novo prefeito dá continuidade a esta importante obra para o município. Mais do que isso, quando na campanha o atual prefeito dizia em comícios e debates que começaria a construir assim que assumisse a prefeitura. Ou seja, foi ele mesmo que prometeu. Djaci não prometeu nada, já estava fazendo o projeto. E não é que o feitiço virou contra o feiticeiro. Berguim passou esses dez meses tendo que conviver com críticas, rejeição e repúdio popular por não cumprir com o que prometeu.
Sem começar a construção do matadouro sentiu na pele o que Djaci viveu. Mas, com uma diferença. Nem Djaci nem ninguém de seu grupo político arquitetou, pelo menos, um porcento do que a claque de Berguim fez contra Djaci. Por capricho, o atual prefeito não desejava construir o novo matadouro aonde o ex-prefeito projetou. Melhor, o atual prefeito até hoje não tem uma única obra iniciada em sua gestão nem uma única rubrica fruto de seu trabalho. Sua gestão se mostra um engodo e a população sente-se enganada eleitoralmente. Berguim conseguiu em menos de um ano ser um dos piores gestores da Paraíba. O mais rejeitada da história de Itaporanga.
Nesses dez meses de mandato a população ficou boquiaberta com as enxurradas de denúncias de superfaturamento em compras, desvio de conduta, falta de remédios, dentre outros. O atual prefeito chegou a dizer à imprensa que o "município estava quebrado" e ele "aperreado". Agora, a clássica pergunta: Se assim se encontra por quê não renuncia? Ora, como um município está quebrado com um gestor que se dá ao desfrute de gastar R$ 6 mil numa barraca, no meio da rua, durante uma festa, com bebidas para seus convidados. Confundindo-se o público com o privado.
Mas, retornando a questão do matadouro. A população já estava perdendo a paciência e o prefeito não conseguia mais enganar nem a ele mesmo. Suas palavras já não soam convincentes nem ao seu próprio séquito. Há uma imensa desilusão naqueles que tinham esperança de uma nova maneira de governar e se depararam com velhos e arcaicos hábitos coronelistas. O prefeito tentou vender ao povo uma história fantasiosa de que o governo estadual iria construir um novo matadouro em Itaporanga. Tudo não passava de mentira e sentindo que a paciência do povo se esgotara eis que ele decide construir com recursos próprios.
A informação foi dada hoje na câmara por seu líder. Haja vista que as carnes que são vendidas no comércio de Itaporanga estão sendo abatidas de maneira clandestina, sem quaisquer condições de higiene. E assim deve permanecer até que o novo matadouro seja construído. Berguim ainda aventou a possibilidade de pedir a reabertura do antigo, mais aí é querer que a Justiça anule uma decisão dela própria. Não deu e o jeito foi recuar, dá o braço a torcer e atestar a falta de competência e planejamento de sua gestão.
Ora e a prefeitura não estava quebrada? Não. Mais uma vez o povo foi enrolado. Ponto para a Câmara de Vereadores e a bancada de oposição pela boa representatividade e responsabilidade no exercício do mandato. Ao mesmo tempo em que denunciava má conduta na atual gestão o parlamento-mirim apontava solução. Senão, vejamos o que dissera certa vez o presidente Jacklino Porcino ao cobrar a construção do matadouro: "Só não faz se não quiser, porque é só economizar e todo mês terá recursos que num ano dá pra construir".
O governo Berguim está sendo reconhecido em toda Paraíba como uma gestão déspota, nepotista ao extremo e danada pra torrar dinheiro público com locação de carros, dentre outras... Mais isso é assunto pra outro dia...
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