quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Tombamento de prédios antigos/históricos começa a gerar polêmica em Itaporanga

Tombamento de prédios históricos sempre gera polêmica aonde acontece. Para muitos, o tombamento é uma sentença de desvalorização: fica-se submetido à burocracia municipal para trocar uma janela ou instalar um ar-condicionado. Para os defensores da medida, o patrimônio cultural de cada comunidade pode ser considerado a sua cédula de identidade. 

Em Itaporanga, Vale do Piancó, o debate não seria diferente e o assunto já circula nos bastidores com a tramitação de um projeto de lei de Proteção ao Patrimônio Histórico para realizar o tombamento de construções antigas com valor cultural para o município, como residências, templos, igrejas e outros prédios antigos, ou seja, proteger esses locais. 

O texto não só obriga os proprietários a custearem a vistoria e as intervenções necessárias em casos de constatação de riscos nos prédios, mas também prevê multa para aqueles que não cumprirem essas obrigações. "É mais uma despesa para cima do proprietário", reclama um proprietário. "Outro problema com o patrimônio histórico é que, quando você quer fazer uma reforma que ficaria em R$ 5 mil, as empresas quando descobrem que é um imóvel tombado, cobram R$ 15 mil". 

Contrários, proprietários alegam que a ação limitaria as intervenções e encareceria a manutenção dos imóveis. Uma advogada consultada pelo blog, justificou a posição contrária ao tombamento com uma possível desvalorização dos imóveis, afirmando que esta pode chegar a 70%, e que o fato de o local ter que ser preservado com recursos próprios, pode até deixar dívidas para os herdeiros.

Já há catalogados diversos imóveis que seriam de interesse de preservação na cidade. Empresários e comerciantes acreditam que os imóveis da lista, caso venham a ser tombados, possam atrapalhar o desenvolvimento comercial na região central já que esses prédios não poderiam, após o tombamento, sofrer modificações. 

Há construção que estampa os anos de abandono na pintura descascada e nas madeiras em decomposição é exemplo de uma polêmica comum. De um lado, protetores de imóveis importantes pela relevância histórica, arquitetônica ou cultural. De outro, donos de prédios que se dizem sem condições de conservar as construções. O debate promete esquentar nos próximos meses. 

Imagem da Escola Simeão Leal, na entrada antiga do município quando se chamava Misericórdia.
Imagem do Mercado Público, da década de 1970 e atual. Abaixo, confira outras imagens...

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