Monteiro Filho procurou Bolsonaro depois de ter sido escolhido por Lula. A conversa durou pouco mais de meia hora, segundo Bolsonaro contou a alguns dos seus auxiliares. Os dois conviveram por mais de duas décadas na Câmara quando ambos eram deputados.
Faz semanas que Lula o convidou para o cargo e orientou-o a procurar generais da ativa e da reserva e tratar da transição em sua área. Foi por sugestão de Monteiro Filho que Lula desistiu de montar um grupo de transição específico para a área militar.
Nem ele, nem generais dispostos a colaborar com o novo governo sentiam-se à vontade para aparecer no Centro Cultural Banco do Brasil, sede da equipe de transição. Monteiro Filho tem algo a ver com a decisão do Alto Comando do Exército de evitar que os comandantes militares abandonem seus cargos antes da hora.
A hora é determinada pelo presidente eleito, sempre foi assim. E ela só chega depois da sua posse. Tudo indica que o rito será mantido. E, no que depender de Monteiro Filho, se limitará a uma cerimônia que contará com a presença dele, do atual ministro da Defesa, dos comandantes que chegam e dos que saem.
Os novos comandantes vão ser os oficiais mais antigos do Exército, Marinha e Aeronáutica. Seus nomes, e mais o de Monteiro Filho, deverão ser anunciados por Lula ao longo desta semana. Caberá aos novos comandantes, uma vez empossados, implantarem providências combinadas por Lula com Monteiro Filho.
Uma: militares da ativa não poderão mais ter contas nas redes sociais. Isso desagrega, estimula a desobediência. Outra providência: oficiais da ativa e da reserva empregados no governo em setores não relacionados a áreas de conhecimento militar serão devolvidos aos quartéis ou ao pijama. São quase 8 mil.
A um amigo, Monteiro Filho confidenciou: “As Forças Armadas, hoje, são seis: Exército, Marinha e Aeronáutica de Bolsonaro, e Exército, Marinha e Aeronáutica de Lula. Voltarão a ser três, no cumprimento de suas funções específicas e sob o comando do presidente da República, seu chefe, como diz a Constituição”.
Como se diz na caserna: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
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