domingo, 26 de outubro de 2014

Democracia, que bom...

A democracia tem muitos defeitos, não tenho dúvida. Mas é bom saber que é sob suas bases que nós vivemos. Hoje vamos escolher o novo presidente, o novo governador e, independente do resultado, devemos ficar felizes porque não nos foi imposto goela abaixo um representante. Não foi com um fuzil na cabeça que decidimos qual será o condutor das questões administrativas, políticas, econômicas, sociais, ambientais. Isso é uma vitória inegável. Não podemos perder de vista esse nosso direito.
As divergências são necessárias no processo de construção e amadurecimento de nossa política e nem os ataques pessoais, nem as propostas superficiais tiram a importância e força deste momento. Estamos amadurecendo nossas práticas democráticas, deixando em nossa história de país onde as ideias, crenças percorrem livres na sociedade, em nossas instituições.
No caso aqui da Paraíba, temos dois candidatos que até pouco tempo eram aliados. Os interesses se tornaram conflitantes e, mesmo em meio às divergências, trocas de farpas, eles foram aceitos pelo seu povo como possíveis representantes. A semente das candidaturas pode até ter sido regada pela vontade de um grupo, de alguns líderes, de algum político, mas é o “saber” da população que avaliza o nome e o coloca no duelo democrático.
Como é bom ver olhares diferentes sobre a política do país, do estado, juntos nos argumentos, das discussões, desentendimentos e entendimentos. A democracia permite que um beneficiário do programa Bolsa Família vote em Aécio e que o presidente de uma grande empresa vote em Dilma. Permite ver fiéis membros do coletivo girassol lutando pela candidatura de Cássio, bem como “velhos tucanos”, defendendo o socialista Ricardo Coutinho. Sem a democracia não teríamos isso. 
Mesmo com os excessos, erros e abusos, temos sob a nossa égide a Justiça. Às vezes falha, às vezes cega, mas como um eixo para balizar as nossas posturas éticas. Temos a imprensa livre que para divergir, concordar, contrariar. Somos, ainda, livres para expressar nossas ideias para o nosso círculo de amigos virtuais e compartilhar nosso pensar sem o medo da prisão ou da coação. Hoje devemos brindar a democracia e, independente do resultado, valorizemos esta forma de governo para, sob sua base, contestar o que vem por aí, se não foi como pensávamos ou queríamos. (LC)

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