sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Gestão em Petrolina (PE) do filho do senador Fernando Bezerra pagou R$ 329 mil à empresa alvo da PF na Paraíba

Resultado de imagem para Polícia Federal faz buscas na Alfa Consultoria LTDA em joão pessoa
A empresa Alfa Consultoria, alvo de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (19) durante a Operação Desintegração, deflagrada pela Polícia Federal em João Pessoa e outras cidades, recebeu quase R$ 330 mil da gestão do filho do senador Fernando Bezerra Coelho, o prefeito de Petrolina, Miguel de Souza Leão Coelho. A informação consta no despacho do ministro Luís Roberto Barroso que autorizou a ação policial.
A empresa, localizada no Empresarial Royal Trade Center, localizado na Avenida Epitácio Pessoa, na capital João Pessoa, foi contratada pela gestão municipal para “serviços de monitoramento e acompanhamento, tendo sido favorecida com empenhos de R$ 329.280,00 somente em 2018 e 2019″. O trecho está na parte do despacho em que é citado como funcionava o possível esquema de recebimento de vantagens indevidas provenientes da Construtora OAS S.A por meio da Traos Construções. (veja o trecho na íntegra abaixo).
“Assim, João Victor Parente Bento foi filiado ao PSB, mesmo partido de FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO à época, tendo exercido cinco mandatos consecutivos de vereador do município de Exu/PE. José Emanoelton Espiridião Silva Soares foi sócio de várias pessoas jurídicas, dentre as quais a Alfa Consultoria Ltda., recentemente contratada pela Prefeitura de Petrolina – já na gestão do atual Prefeito Miguel de Souza Leão Coelho, filho de FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO – para serviços de monitoramento e acompanhamento, tendo sido favorecida com empenhos de R$ 329.280,00 somente em 2018 e 2019. Já José Alves de Souza Junior foi beneficiário de R$ 40 mil, montante incompatível com seus vencimentos regulares como empregado no setor de móveis. Por fim, a Miranda Veículos, destinatária de R$ 40 mil, é uma concessionária de veículos localizada na cidade de Ouricuri/PE”. 
Ainda no despacho, o ministro pontua que os “colaboradores narraram, em síntese, que participaram do pagamento sistemático de vantagens indevidas ao Senador da República FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO e a seu filho, o Deputado Federal FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO FILHO, por determinação das empreiteiras OAS S.A, Barbosa Melio S.A, S.A Paulista e Constremac Construções S.A. O montante total das vantagens indevidas chegaria, segundo a autoridade policial, a pelo menos R$ 5.538.000,00″. 

Operação Desintegração 

A Polícia Federal deflagrou a Operação Desintegração com o propósito de desarticular um esquema criminoso de pagamentos de vantagens indevidas, por parte das empreiteiras, em favor de autoridades públicas.
A investigação, instaurada no ano de 2017, teve início a partir de colaborações firmadas com investigados presos no âmbito da Operação Turbulência, deflagrada em junho de 2016 e que apurava, por sua vez, o uso de empresas de fachada, controladas pelos aludidos colaboradores, na lavagem de dinheiro de empreiteiras e no pagamento de propinas a políticos.
Os colaboradores confirmaram o pagamento de vantagens indevidas a autoridades públicas, entre os anos de 2012 e 2014, realizados por empreiteiras que estavam executando obras custeadas com recursos públicos.

O que diz a defesa

Em nota, a defesa do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) contestou as acusações.
“Causa estranheza à defesa do senador Fernando Bezerra Coelho que medidas cautelares sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objeto da investigação. A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal”, disse a nota do advogado André Callegari, responsável pela defesa de Coelho.

* O despacho foi divulgado pelo Portal O Antagonista 

Nenhum comentário: