O estudante paraibano Francisco Xavier Júnior pode ser um dos responsáveis por modificar o tratamento convencional de pacientes com câncer, através da nanotecnologia associada a medicamentos convencionais e naturais. Ele, junto com mais de 50 pessoas, desenvolvem na França um novo tratamento que promete diminuir os efeitos colaterais aos pacientes de câncer.
Natural de Conceição, Vale do Piancó, Francisco Xavier, estudante de Inovação Terapêutica e Biotecnologia, vai defender a tese dele no mês de março, em Paris, e em abril, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal. De acordo com o estudante, as pesquisas começaram em 2007, com intuito de criar um tratamento diferenciado para os pacientes de câncer.
“Iniciei meus estudos nessa área em 2007, na UFRN, e tinha em mente utilizar o óleo de copaíba para o tratamento de doenças inflamatórias e microbiológicas. Fui para a França, onde atualmente trabalho com mais de 50 pessoas que desenvolvem diversos estudos para diminuir os danos durante o tratamento do câncer. Trabalhamos com a mistura da nanotecnologia com o óleo de copaíba e o taclitaxel, medicamento convencional utilizado no tratamento. Produzimos nanocápsulas que são mais eficientes no combate à doença”, disse Francisco Xavier.
Por serem extremamente pequenas, as nanocápsulas podem ser ingeridas pelos pacientes sem nenhum problema. Elas chegam à mucosa intestinal e são liberadas aos poucos na corrente sanguínea para que atinjam apenas as células cancerígenas, preservando as demais células do organismo.
“O taclitaxel, que não é específico para o câncer, é muito invasivo e se espalha por todo o corpo, causando efeitos colaterais como queda de cabelo e doenças no coração. Por serem pequenas, as nanocápsulas levam os medicamentos para atuarem apenas nas células cancerígenas, preservando o resto do organismo e diminuindo consideravelmente os efeitos colaterais durante o tratamento”, afirmou o estudante.
Atualmente, os estudos passam pelas etapas de formulação e depois devem ser testados em cobaias animais. “Estamos na fase de formulação, testando as fórmulas para buscar resultados melhores, maior aderência à mucosa intestinal e quanto delas chegam as células cancerígenas. Quando encontrarmos o ponto ideal, poderemos testar a fórmula em cobaias animais. Mas, ainda precisamos realizar estudos mais avançados”, informou.
Segundo Francisco, os primeiros resultados do novo medicamento são promissores. A previsão é de que esta parte da formulação do novo tratamento seja concluída dentro de sete anos e a possível disponibilidade para tratamento em humanos em até 15 anos. (com Portal Correio)
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