O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Polícia Civil, entidades que encabeçam a investigação contra dirigentes da Federação Paraibana de Futebol (FPF), dirigentes de clubes do futebol paraibano e árbitros na Operação Cartola, estão agora focados nos documentos das prestações de contas de 2015 e 2016. Os investigadores não têm dúvidas da existência de um esquema de corrupção sofisticado na FPF.
Os documentos, que são públicos, estão causando dor de cabeça nos peritos da Polícia Civil e do MPPB, que não conseguem entender o que está sendo detalhado nos mesmos, que possuem alto grau de ilegibilidade. As autoridades investigam a hipótese de que a ilegibilidade não é fruto de incompetência ou falha dos responsáveis pela elaboração dos documentos, mas sim de uma conduta dolosa, visando obstruir uma apuração precisa.
A aprovação das contas de 2015 e 2016, aliás, era um dos argumentos do presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Amadeu Rodrigues, e da alta cúpula da entidade que supostamente comprovariam a inocência dos mesmos com relação à acusação de enriquecimento ilícito.
Com o sigilo bancário das contas da FPF quebrados e os documentos apreendidos na sede da federação, além das sedes e residências de dirigentes de clubes investigados, a Polícia Civil começa a ter um panorama claro da dimensão do esquema e do grau de participação de cada envolvido. Crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e manipulação de resultados também estão sendo investigados.
De acordo com as testemunhas e provas coletadas, a hipótese da participação, conhecimento e consentimento dos dirigentes da FPF nos esquemas de manipulação de jogos tem crescido, segundo apurou a reportagem junto a fontes da Polícia.
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