Quem olhava da rua enxergava o STF meio agachado. Por sorte, o tribunal encontrou a lente de contato na sessão de ontem (13). Ajustou a balança, afiou a espada e deflagrou a execução das penas dos condenados do mensalão. Fez isso de maneira confusa. O que reforçou a percepção geral de que o Judiciário que ainda precisa ser empurrado para submeter criminosos graúdos aos horrores do sistema penitenciário.
Após corrigir parcialmente a cegueira, o Supremo decidiu que suas decisões, por supremas, precisam começar a produzir consequências. Decretou o ponto final (trânsito em julgado) da grossa maioria das sentenças. Integralmente ou fatiadamente, os castigos serão aplicados imediatamente.
Resumo hediondo da resignação brasileira à crueldade social, as cadeias passarão a ser frequentadas por gente como José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Marcos Valério. No regime fechado ou no semiaberto, não é pouca coisa.
Pobre não vai deixar de ser pobre. Mas começa a ficar entendido, finalmente, que bandido é bandido em qualquer meio. A culpa é do caráter deformado, não da miséria. Mantido esse ritmo, as prisões do país logo deixarão de ser centros de martírio. Considerando-se a profusão de escândalos, vai melhorar até o cardápio.
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