Vale a pena [e como vale] conferir o mais recente artigo do jornalista Júnior Gurgel, publicado nesta segunda-feira (9) na 'A Palavra', onde informa sobre reunião de peemedebistas, realizada em Patos, no Hotel JK, cujo objetivo seria pavimentar aliança com o PSDB com a garantia da vaga de senador destinada ao deputado federal Manoel Júnior. Presente à reunião, o ex-senador Wilson Santiago (PTB) não digeriu a ideia e teria vazado a montagem dessa chapa.
Seria montado um 'chapão' na proporcional que garantiria praticamente a eleição de toda a bancada federal, causando a retirada do governador Ricardo Coutinho da vida pública, o isolamento do prefeito Luciano Cartaxo, dentre outros desfechos. Veja a seguir trechos do texto, cujo título é "Profissionais":
"Toda a Paraíba já sabe da “sigilosa” reunião realizada em Patos - PB (Hotel JK), onde parte do PMDB decidiu se coligar com o PSDB, garantindo a vaga do Senado para o Deputado Federal Manoel Júnior. Claro que José Maranhão seria o último a saber. Mas, Wilson Santiago presente no evento - tendo seus interesses contrariados - “vazou” a informação para outra ala peemedebista, que correu atrás do governador Ricardo Coutinho para fechar um acordo, garantindo a vice (Veneziano Vital do Rego) e o Senado (José Maranhão).
Será que o “antenado” senador Vital Filho não sabia nada sobre estas conspirações? Ou as estimulou, obedecendo a decisão da “nacional” do seu partido? O fato é que sobre a “costura” de Patos, José Maranhão se manifestou. Todavia, na união com Ricardo Coutinho, só Veneziano “desconversou”. Também pudera... “rebaixado” de “Oficial”, para Suboficial! Feriram os brios e a vaidade do cabeludo. O PT, em quaisquer das circunstâncias, ficaria isolado e provavelmente sem condições de botar o bloco nas ruas.
De qualquer sorte, o enganado é sempre o eleitor. Daí, seu impiedoso comportamento na hora de votar: cobra pelo gesto e deslocamento até a secção eleitoral. Para aqueles que ainda não sabem (cremos que poucos), os congressistas descobriram desde a cassação do ex-presidente Fernando Collor de Melo que quem governa o país são eles. O Presidente da República? Peça meramente decorativa, vidraça da vitrine de nossa democracia, que só arca com o ônus. Os bônus são privilégios dos senhores deputados federais e senadores.
O próprio PT, quando viu sua candidata Dilma Rousseff despencar nas pesquisas, tratou de sua sobrevivência ambicionando eleger a maior bancada para Câmara e Senado, mesmo perdendo a Presidência da República. Afinal, quem governa o país é o partido que tem o maior número de parlamentares com assento no Congresso Nacional. Os petistas sonham em superar o PMDB, que hoje governa mais que a sigla dos trabalhadores. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é o homem missão, escalado para impedir o crescimento petista ou de qualquer outra legenda.
O vizinho Rio Grande do Norte na última quinta-feira (05.06.2014) viu algo inédito na história política do país, em tempos de “democracia”. A governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, teve sua intenção de ser candidata à reeleição barrada pelo diretório da sua legenda, comandada pelo senador José Agripino Maia. No “acordão” do RN os votos e redutos do atual presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), serão transferidos para Felipe Maia, filho do senador José Agripino. Tudo combinado, e as principais lideranças políticas do Estado no mesmo palanque, em nome exclusivamente de seus interesses pessoais (ou profissionais?). Henrique Eduardo Alves (PMDB) candidato a governador. Ex-governadora Wilma de Faria (PSB) candidata ao Senado da República. Deputado Federal João Maia – campeão de votos (PR) -, vice-governador. Aécio Neves e Eduardo Campos, não terão palanque no RN. Só Dilma Rousseff, que tem uma candidata ao Senado, numa chapa “Quixotesca”.
A reunião de Patos tinha finalidade semelhante a do Rio Grande do Norte. Manoel Júnior é amigo de Henrique Eduardo Alves. Esteve escolhido Ministro das Cidades patrocinado pelo PMDB de Henrique e Sarney. Mas, nas vinte e quatro horas que antecederam a publicação do ato, o PP de Aguinaldo Ribeiro espertamente antecipou-se, e “abocanhou” o cargo. O acordo (abortado) de Patos, regido pelas cláusulas corporativistas, manteria todos no poder, e ampliar-se-iam as bancadas do PMDB e PSDB. Tiraria o governador Ricardo Coutinho da vida pública, isolariam Luciano Cartaxo; Veneziano e Maranhão seriam “puxadores” de votos, abrindo vaga apenas para Wilson Santiago, que poderia voltar a Câmara ao lado do seu filho. Na berlinda, Aguinaldo Ribeiro e Efraim Filho. Cícero Lucena, defenestrado."
Nenhum comentário:
Postar um comentário