Dr. Eitel Santiago, durante evento em João Pessoa, ladeado pelo filho vereador na capital Lucas de Bito e pelo jornalista Ricardo Pereira |
O secretário-geral do Ministério Pública da União, o paraibano Eitel Santiago, número 2 na Procuradoria Geral da República, declarou que as gravações da reunião ministerial, no dia 22 de abril, não apresentam provas do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PRF). A declaração foi dada em entrevista à CNN.
O secretário Eitel Santiago é muito próximo ao procurador-geral da República, Augusto Aras. “Vi o vídeo e nele não aparece qualquer indício de interferência do Presidente em alguma investigação que esteja em curso. Sobre o tema, o vídeo é um risco na água”, disse à CNN.
Eitel Santiago não concorda com a fala do ex-procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, de que o vídeo prova a interferência. “Penso de forma diferente. Na minha opinião, a fala de Fonteles é fruto de lamentável facciocismo político”, afirmou o secretário. Para Santiago, Fonteles “não tem autoridade” para afirmar, com convicção, nada sobre o assunto e não tem como pressionar a PGR em qualquer decisão:
“Notório simpatizante do PT, quando era PGR, Fonteles deixou que a paixão política contaminasse a própria atuação dele na chefia do MPF. Por isso, ele impediu uma investigação logo no início do Governo Lula. A investigação atingia Carlos Cachoeira, Waldomiro Diniz, José Dirceu e o próprio Presidente. Pois bem, a interferência direta e arbitrária de Fonteles, não permitiu a investigação que era conduzida pelo Subprocurador-Geral Santoro. Naquela oportunidade, a ação deletéria de Fonteles criou, no governo do PT, o sentimento de impunidade que o levou a instituir o Mensalão e desaguou, depois, no Petrolão. Desse modo, carece Cláudio Fonteles de autoridade para pressionar o atual PGR, dizendo, antes da conclusão do inquérito, que houve interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.”, avaliou.
Sobre a hipótese de recolhimento do celular do presidente, Eitel Santiago entende que “deve ser repelida” a possibilidade de apreensão do aparelho para a investigação. Ele ainda aponta alguns pontos para justificar essa posição. “O ministro Edson Fachin negou, no passado, o pedido da Polícia Federal para quebrar o sigilo telefônico do presidente Michel Temer, em inquérito instaurado contra ele.”
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