Antes de qualquer outra coisa, digo que a filiação de Luciano Agra em nada me surpreendeu. Em minha coluna do dia 28 de fevereiro, intitulada “Formada a chapa de Cássio para 2014”, já adiantava sua ida ao PEN com as bênçãos do cassista Ricardo Marcelo, à época cotado para disputar o Senado.Apesar de minha ‘previsão’ (bastante ridicularizada por meus colegas da imprensa) ter sido confirmada oficialmente nesta segunda, não é sobre o fato em si que irei me debruçar nesta coluna, mas no que está por trás de tudo.
Dando continuidade ao ‘profético’ texto de fevereiro, quero seguir montando, agora de forma mais ampla, esse grande quebra-cabeça, prevendo que cenário irá ser revelado com a junção das peças.
Em meio a insistentes, cansativos e especulativos questionamentos de “Você será candidato a governador em 2014?”, fico a indagar se não seria mais pertinente saber: “Você crê que Ricardo Coutinho será seu franco aliado em 2018?”. Por mais que pareça distante o fato em si da pergunta, vejo que uma coisa puxa a outra, e tudo acaba passando intrinsecamente por este ano em especial, não por 2014. ‘Porque apoiar agora Ricardo Coutinho, se em 2018 levará uma rasteira?’, perguntaria eu, no mesmo instante que levanto o inverso: ‘Porque arriscar uma desgastante disputa agora já que, além de ser possível a derrota, pode a vitória ser perdida na Justiça, como por pouco aconteceu consigo quando brigou pelo Senado?’.
Não me dedicarei agora a responder tais perguntas, ou mesmo identificar a mais lúcida. Quero trazer aos olhos dos meus diletos leitores algo muito maior do que isso; uma estratégia; uma jogada de xadrez tão fulminante que fará seu autor vitorioso até mesmo na derrota; fará o jogador virar o tabuleiro e fazer do “rei” seu refém, mesmo quando não for mais eleitoralmente importante para o ‘monarca’ nos quatro anos pós-vitória.
Vocês não perceberam ainda o que o sábio Cássio está montando? Pois bem, se não, deixe que humildemente exponha minha tese e explique.
Como todo grande jogador, o filho do poeta está construindo situações que o deixarão ‘em ponto de vitória’ em duas situações, mesmo que adversas entre si, e peças como Ruy Carneiro, Cícero, Rômulo Gouveia, Ricardo Marcelo e o ‘novato’ Luciano Agra são partes estruturais do plano.
Antes de trazer à reflexão quais seriam essas ‘jogadas’ à disposição do enxadrista Cássio Cunha Lima, e querendo evitar “ruídos” em nossa construção de pensamento, satisfaço logo a dúvida que pode estar afligindo alguns: ‘Por que Agra no PEN e não no PSDB, onde certamente também teria a presidência municipal?’. A óbvia resposta é o miolo de uma das estratégias de Cássio: trazer um opositor ao ninho não seria comprar uma briga agora desnecessária com Ricardo? Não seria o ‘recibo’ de um racha prematuro e, sendo assim, de pouco proveito?
Pois bem... Imaginemos que Cássio não saia candidato a governador em 2014. Sabendo que não irá contar com o apoio de Ricardo para a disputa de 2018 (já que o socialista – tenho quase certeza - não abrirá mão de um governo de mais 8 anos, se não para alguém do ‘coletivo’), como poderá Cássio se manter no governo e ao mesmo tempo minar as forças do adversário para 2018? Simples, companheiros: construindo silenciosamente uma oposição consistente, pronta para ‘descer o pau’ insistentemente no grupo socialista, sem que uma palavra saia de sua boca. Genial, não é?
Cássio sem se expor (guardando o “passo-a-passo” no seu íntimo), falando com as pessoas certas as palavras certas nos momentos certos, construiu – sem ninguém perceber - um exército de opositores, mas se mantendo intocável no Governo, já que ninguém, em momento algum, o viu mexendo as peças no tabuleiro. Quem pode testemunhar contra ele? Sua defesa incontestável (diante dos fatos visíveis) derruba os mais desconfiados dos inquisidores: “Ora, em que momento eu disse que queria rachar com Ricardo?”; “Minha posição sempre foi pela manutenção da aliança”; “As declarações de Cícero, Ruy e os demais aliados (Ricardo Marcelo e Cia) são opiniões pessoais”. E ai, caros leitores, é ou não é genial?
Então, como em uma aula - essa sobre os bastidores da política paraibana - revisemos nossas teorias:
- Caso Cássio saia candidato, já tem nas mãos o melhor vice que uma chapa encabeçada por um campinense poderia desejar: o ex-prefeito Luciano Agra; teria nas mãos, no mínimo, 10 deputados do PEN, os 3 ‘fiéis’ parlamentares do DEM (querendo só um motivo para ver o governador pelas costas), sem contar com os colegas do PSDB e outros simpatizantes da ALPB e ainda um candidato a senador do ‘quilate’ de Rômulo Gouveia. Antes de chegar ao dia do confronto, manteria sua postura em defesa dos interesses do Estado, o que ampliaria sua popularidade entre os que nele votam e evitaria uma precoce antipatia dos ricardistas. Chegaria ao confronto fortalecido, popular e com pouca rejeição.
- Caso decida recuar em 2014, terá um ‘pelotão’ unido em prol da candidatura do opositor Luciano Agra (ou de outro do grupo) que, mesmo sendo derrotado por Ricardo nas urnas, não só terá ‘sangrado’ o reeleito governador, como manterá o grupo com voz ativa durante os próximos quatros anos. Sendo assim, Ricardo não só será insistentemente sufocado por uma oposição decida a se sacrificar de olho na vitória de seu líder em 2018, como terá o desgaste natural de 8 anos de governo pesando sobre suas costas, no instante em que decidir transferir o poder a alguém do seu ‘coletivo’.
E ai? Alguém tem dúvidas que Cássio construiu um cenário espetacular para qualquer situação?
É realmente um jogador fenomenal...
Em meio a insistentes, cansativos e especulativos questionamentos de “Você será candidato a governador em 2014?”, fico a indagar se não seria mais pertinente saber: “Você crê que Ricardo Coutinho será seu franco aliado em 2018?”. Por mais que pareça distante o fato em si da pergunta, vejo que uma coisa puxa a outra, e tudo acaba passando intrinsecamente por este ano em especial, não por 2014. ‘Porque apoiar agora Ricardo Coutinho, se em 2018 levará uma rasteira?’, perguntaria eu, no mesmo instante que levanto o inverso: ‘Porque arriscar uma desgastante disputa agora já que, além de ser possível a derrota, pode a vitória ser perdida na Justiça, como por pouco aconteceu consigo quando brigou pelo Senado?’.
Não me dedicarei agora a responder tais perguntas, ou mesmo identificar a mais lúcida. Quero trazer aos olhos dos meus diletos leitores algo muito maior do que isso; uma estratégia; uma jogada de xadrez tão fulminante que fará seu autor vitorioso até mesmo na derrota; fará o jogador virar o tabuleiro e fazer do “rei” seu refém, mesmo quando não for mais eleitoralmente importante para o ‘monarca’ nos quatro anos pós-vitória.
Vocês não perceberam ainda o que o sábio Cássio está montando? Pois bem, se não, deixe que humildemente exponha minha tese e explique.
Como todo grande jogador, o filho do poeta está construindo situações que o deixarão ‘em ponto de vitória’ em duas situações, mesmo que adversas entre si, e peças como Ruy Carneiro, Cícero, Rômulo Gouveia, Ricardo Marcelo e o ‘novato’ Luciano Agra são partes estruturais do plano.
Antes de trazer à reflexão quais seriam essas ‘jogadas’ à disposição do enxadrista Cássio Cunha Lima, e querendo evitar “ruídos” em nossa construção de pensamento, satisfaço logo a dúvida que pode estar afligindo alguns: ‘Por que Agra no PEN e não no PSDB, onde certamente também teria a presidência municipal?’. A óbvia resposta é o miolo de uma das estratégias de Cássio: trazer um opositor ao ninho não seria comprar uma briga agora desnecessária com Ricardo? Não seria o ‘recibo’ de um racha prematuro e, sendo assim, de pouco proveito?
Pois bem... Imaginemos que Cássio não saia candidato a governador em 2014. Sabendo que não irá contar com o apoio de Ricardo para a disputa de 2018 (já que o socialista – tenho quase certeza - não abrirá mão de um governo de mais 8 anos, se não para alguém do ‘coletivo’), como poderá Cássio se manter no governo e ao mesmo tempo minar as forças do adversário para 2018? Simples, companheiros: construindo silenciosamente uma oposição consistente, pronta para ‘descer o pau’ insistentemente no grupo socialista, sem que uma palavra saia de sua boca. Genial, não é?
Cássio sem se expor (guardando o “passo-a-passo” no seu íntimo), falando com as pessoas certas as palavras certas nos momentos certos, construiu – sem ninguém perceber - um exército de opositores, mas se mantendo intocável no Governo, já que ninguém, em momento algum, o viu mexendo as peças no tabuleiro. Quem pode testemunhar contra ele? Sua defesa incontestável (diante dos fatos visíveis) derruba os mais desconfiados dos inquisidores: “Ora, em que momento eu disse que queria rachar com Ricardo?”; “Minha posição sempre foi pela manutenção da aliança”; “As declarações de Cícero, Ruy e os demais aliados (Ricardo Marcelo e Cia) são opiniões pessoais”. E ai, caros leitores, é ou não é genial?
Então, como em uma aula - essa sobre os bastidores da política paraibana - revisemos nossas teorias:
- Caso Cássio saia candidato, já tem nas mãos o melhor vice que uma chapa encabeçada por um campinense poderia desejar: o ex-prefeito Luciano Agra; teria nas mãos, no mínimo, 10 deputados do PEN, os 3 ‘fiéis’ parlamentares do DEM (querendo só um motivo para ver o governador pelas costas), sem contar com os colegas do PSDB e outros simpatizantes da ALPB e ainda um candidato a senador do ‘quilate’ de Rômulo Gouveia. Antes de chegar ao dia do confronto, manteria sua postura em defesa dos interesses do Estado, o que ampliaria sua popularidade entre os que nele votam e evitaria uma precoce antipatia dos ricardistas. Chegaria ao confronto fortalecido, popular e com pouca rejeição.
- Caso decida recuar em 2014, terá um ‘pelotão’ unido em prol da candidatura do opositor Luciano Agra (ou de outro do grupo) que, mesmo sendo derrotado por Ricardo nas urnas, não só terá ‘sangrado’ o reeleito governador, como manterá o grupo com voz ativa durante os próximos quatros anos. Sendo assim, Ricardo não só será insistentemente sufocado por uma oposição decida a se sacrificar de olho na vitória de seu líder em 2018, como terá o desgaste natural de 8 anos de governo pesando sobre suas costas, no instante em que decidir transferir o poder a alguém do seu ‘coletivo’.
E ai? Alguém tem dúvidas que Cássio construiu um cenário espetacular para qualquer situação?
É realmente um jogador fenomenal...
Por Luís Alberto Guedes - Jornalista.
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