A presidente Dilma Rousseff (PT) esteve na noite de ontem em jantar, no Palácio do Jaburu, oferecido pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) com a participação dos caciques do PMDB brasileiro, que confirmaram renovar a aliança durante a convenção que acontece daqui a duas semanas. O anfitrião agradeceu a presença dos correligionários e fez um mimo à presidente, no seu discurso: "Vieram muito mais pela senhora, presidente, do que por mim. Hoje, a senhora tem aqui, como pode perceber, as grandes lideranças do PMDB".
Dilma esmerou-se na simpatia desde a primeira sílaba: "Mais uma vez, é um prazer estar aqui, no planalto central, à beira da lagoa do Temer. Quero dizer que essa brisa, o Temer está dizendo pra mim que ele merece sentir mais quatro anos". Ouviram-se risos. Isso porque em seu estado natural, Dilma costuma tratar o PMDB com hispidez de um cacto. Agora, com a campanha de reeleição batendo a porta, Dilma, doce e sedutora, deixava a Vênus de Milo no chinelo. Dilma ouviu da federação de caciques da legenda juras de apoio.
Cercada de PMDB por todos os lados, Dilma enalteceu a parceria que atou seu governo à legenda de modo peculiar: foi "com essas forças políticas que nós construímos essa aliança, eivada de imperfeições, como somos todos nós". E completou: "não há como um produto humano não ser imperfeito. Mas, na sua imperfeição, a aliança da conta da realidade". Noutros tempos, Dilma costumava meter medo no PMDB. Nesses tempos reeleitorais, arrancou da plateia quatro salvas de palmas.
A mais forte foi ouvida nas pegadas da frase final: "Eu contei com essa aliança para chegar até aqui. Agora, eu conto não é para me eleger, eu conto para nós governarmos daqui para a frente". Dentre os presentes, os senadores José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Edson Lobão e Vital do Rêgo, o deputado Jadér Barbalho e do ex-governador Sérgio Cabral. A presidente deu suas bençãos aos candidatos do partido nos estados, como: Renan Filho (Alagoas), Hélder Barbalho (Pará), Lobão Filho (Maranhão), Rodrigo Jucá (Roraima), Pezão (Rio de Janeiro) e Veneziano (Paraíba).
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