Em meio ao turbilhão de emoções na vida de um adolescente, o arrependimento tem ganhado lugar de destaque na relação dos jovens com as redes sociais. Pesquisa da empresa de tecnologia AVG revelou que quase um terço (28%) dos adolescentes entre 11 e 16 anos já voltou atrás quanto a publicação em páginas da internet. A sondagem ouviu quatro mil pessoas em nove países, inclusive o Brasil.
Segundo a psicóloga Aline Restano, do Grupo de Estudos sobre Adicção Tecnológica, a principal causa para os níveis de arrependimento é a facilidade de se publicar conteúdo nas redes sociais. “O adolescente, naturalmente, age antes de pensar. E na internet esse comportamento impulsivo é facilitado. Basta um clique para que um jovem puxe uma briga ou faça um desabafo. Depois, quando ele reflete sobre a postagem, surge o arrependimento”, afirma ela.
Psiquiatra infantil, Fabio Barbirato acredita que o sentimento é fruto da falta de acompanhamento feito pelos pais. “Os jovens não são monitorados como deveriam na internet e acabam expondo a si próprios e a família em excesso, além de correrem risco de contato com pessoas mal-intencionadas”, diz ele.
Outro dado da pesquisa aponta que 70% dos pais têm acesso às senhas de seus filhos. Para Barbirato, a medida é insuficiente. “Não é só a senha, é saber o que acontece. Não existe privacidade com menos de 18 anos. O pai tem obrigação de monitorar o que seu filho faz”, garante.
Aline Restano tem visão diferente sobre a questão: os responsáveis não precisam proibir, mas sim sentar com seus filhos para acompanhar seus passos na internet e procurar saber a identidade das pessoas com quem os adolescentes se relacionam. Apenas 29% de fato conhecem todos os ‘amigos’ no Facebook, por exemplo.“Saber as senhas é para os adolescentes que já passaram por situações de risco no mundo digital, como o contato com pedófilos”, comenta. (O Dia)
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