O detento do presídio de Cajazeiras, Rafael Pereira Gomes, 25 anos, suspeito de comandar roubos a caixas eletrônicos em Brasília e outros Estados, poderá ser transferido para um sistema prisional de maior segurança na Paraíba. Ontem, cinco homens, com idade entre 23 e 32 anos, foram presos no Aeroporto Internacional de Brasília, durante a operação Torcia. Rafael Pereira é um dos possíveis integrantes dessa quadrilha que pode reunir, ao todo, dez pessoas.
Os cinco homens presos ontem no Distrito Federal estavam vindo de Joinville, em Santa Catarina, acompanhados de seis policiais do DF. Eles são suspeitos de praticar roubos a caixas eletrônicos com o uso de maçaricos na capital do país. Quando o avião pousou, a prisão foi anunciada. Um homem que aguardava o grupo na sala de desembarque também foi preso.
Na bagagem despachada pelos homens, a polícia encontrou serras-copo, bicos de maçarico, pés de cabra, luvas e outros equipamentos supostamente utilizados nos furtos. Horas depois, uma mulher foi presa e uma adolescente foi apreendida em uma casa em Taguatinga Norte. De acordo com a investigação, elas são casadas com membros do grupo e também participaram das ações criminosas.
Rafael Gomes está sob investigação por ser o provável comandante do grupo. No total, dez pessoas serão indiciadas pelos crimes de organização criminosa e roubo qualificado. Segundo o gerente executivo do Sistema Penitenciário da Paraíba, Jardson Fonseca, a Gerência de Inteligência e Segurança Orgânica Penitenciária (Gisop) foi acionada para agir juntamente com a polícia do Distrito Federal a fim de aprofundar o monitoramento do detento de Cajazeiras.
De acordo com Jardson Fonseca, assim que souberam da possível participação de Rafael Pereira Gomes nas ações, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária acionou a Gisop para acompanhar o caso junto com a equipe de Brasília. Jardson acrescentou que Rafael foi preso em flagrante no ano passado, enquanto tentava roubar um caixa eletrônico no município de Sousa. “Ele é especialista em maçarico”, enfocou.
Sobre o acesso do detento a aparelho celular, Jardson afirmou que rotineiramente é realizada ação para coibir este tipo de crime. “Possivelmente ele teve acesso a celular na prisão, para poder se comunicar com o grupo. No entanto, a revista para identificar o aparelho nos presídios é um pouco difícil, porque há a questão da revista vexatória”, enfocou.
De acordo com ele, há várias estratégias usadas pelas companheiras dos detentos para transportar celular e inibir a captação do aparelho por detectores de metais. Jardson contou que há mulheres que envolvem o celular com luva de alta fusão, fita isolante e papel carbono para evitar que o detector de metal descubra o telefone nas parte íntimas.
Além dos furtos no Distrito Federal, cinco ocorrências semelhantes no Ceará e em Goiás foram atribuídas ao grupo. A polícia trabalha ainda com a possibilidade de duas ações no Tocantins. Até o momento, a estimativa é de que eles tenham arrecadado cerca de R$ 500 mil. (com JP)
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