domingo, 10 de julho de 2011

Em Patos: Pinto do Acordeon disse em entrevista que não combate o chamado "forró de plástico"

Com quase 40 anos de carreira, 22 discos lançados e sucessos gravados por inúmeros artistas da música popular brasileira como Fagner, Elba Ramalho e Genival Lacerda, o forrozeiro Francisco Ferreira de Lima, ou melhor, como é mais conhecido, Pinto do Acordeon é um dos maiores representantes do chamado forró pé-de-serra. São dezenas de sucessos compostos, como: “Neném Mulher”, “Engenho Velho”, "Vida boa Aperreada”, “Matuto Teimoso”, “Vassoura Nova”, dentre outros.
Em entrevista, neste domingo (10), na Rádio Espinharas de Patos, Pinto foi ovacionado por dezenas de ouvintes, que ligaram exaltando a sua música e a sua pessoa, mostrando que o músico goza de grande popularidade e prestígio. Questionado sobre a polêmica do chamado “forró de plástico”, ele disse que faz seu trabalho sem combater esse tipo de música. “Eu não gosto desse tipo de música e sei que temos coisas melhores, mas a juventude gosta, o povo gosta e eu procuro fazer o meu trabalho sem ter que tá dando opiniões sobre o trabalho dos outros e acho que tem espaço para todos”, comentou.
Quando das suas andanças com Luiz Gonzaga, se apresentando em cidades de todo o Nordeste, Pinto do Acordeon disse que ouviu, do próprio “Rei do baião” que ele, Pinto, era um dos seus mais competentes herdeiros. “Ganhei três sanfonas de Luiz Gonzaga. No começo da minha carreira ele me ajudou muito”, disse. Pinto do Acordeon nasceu em Conceição, e chegou à Patos em 1964, aonde se casou com uma patoense: dona Madalena. Hoje tem seis filhos e todos eles, segundo diz, demonstram vocação para a música, inclusive alguns já atuam em sua banda de apoio. “Até alguns dos meus netos já mostram tendência para a música”, comemorou.
Ele se notabilizou como “Nego Pinto”. Tem 61 anos e já gravou 486 músicas, quase todas de sua autoria. Toca sanfona, piano e violão e é arranjador musical, marcando presença em discos de outros cantores também. Pinto faz shows em todo o Brasil. “Nos estados do sul já perdi a conta dos shows que eu fiz, e ainda continuo fazendo”, diz. Ele também já se apresentou na Europa, e diz que lá sua música foi muito valorizada. Outro motivo de orgulho para ele foi a inclusão da sua música ‘Neném Mulher” na trilha sonora da novela global Tieta, no fim dos anos 80. “Ainda hoje recebo dinheiro pelos direitos autorais dessa música. Sempre que a Globo vende essa novela para a televisão de algum outro país eu recebo alguma coisa”, disse.
Pinto do Acordeon aproveitou sua popularidade para se candidatar a vereador por duas vezes em João Pessoa, sendo eleito entre os mais votados em ambas as ocasiões. Era filiado ao PDT, disse que desistiu da política para continuar atuando no que mais gosta de fazer, que é a música. “Inclusive quero dizer a todos que estou bem de saúde e fazendo shows em todo o Brasil”, disse rebatendo alguns comentários surgidos na cidade de que ele teria tocado e cantado poucas músicas na abertura do São João de Patos porque estaria doente. “[...] Estou bem, só um pouco preguiçoso para compor”, disse. (WandecyMedeiros)

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