O corpo do ex-governador Ronaldo Cunha Lima foi enterrado por volta das 17h deste domingo (08), no Cemitério Monte Santo, em Campina Grande. A cerimônia reuniu milhares de pessoas, entre amigos, políticos, familiares e cidadãos comuns, mesmo com forte chuva que caia sobre a cidade. O caixão foi levado do Parque do Povo, onde aconteceu o velório em Campina Grande, em um carro aberto do Corpo de Bombeiros e, já perto do cemitério, cadetes lideraram o cortejo, sob a chuva, a pé.
O senador Cássio Cunha Lima e o governador Ricardo Coutinho seguiram junto do caixão
No cortejo, a população acompanhou cantando o nome do ex-governador e músicas de campanhas dele em eleições passadas. Também esteve presente a banda marcial da Polícia Militar. Além de admiradores, estava presente também a família de Ronaldo. A esposa dona Glória, o irmão Renato e os filhos Cássio, Ronaldinho, Gal e Savigny acompanharam o enterro. Apesar da grande movimentação, a cerimônia foi rápida. Quando o caixão chegou ao local, já sem chuva, só foi feita uma oração e o túmulo foi logo fechado.
Lágrimas, aplausos e muita emoção, em verdade, foram alguns dos ingredientes da maior despedida já vista para um político campinense. Nas ruas de Campina Grande, por onde passou o carro do Corpo de Bombeiros que levou o caixão, uma multidão aplaudia o poeta. Cerca de 20 mil pessoas acompanharam o sepultamento, segundo a Polícia Militar. O corpo do poeta foi conduzido com honras de chefe de Estado, e foi sepultado no jazigo da família.
Dono de um histórico político luminoso, até na hora de sua morte o poeta teve a capacidade de unir aliados e adversários. Desperta a admiração de todos e ficou claro durante o velório realizado em João Pessoa e Campina Grande. Na Capital, em torno da esquife, exposto em velório no Palácio da Redenção reuniu-se o ex-governador José Maranhão, o governador Ricardo Coutinho, o senador Cícero Lucena, o prefeito Luciano Agra, estes principalmente.
Já na Rainha da Borborema, a esquife para o último adeus a Ronaldo foi exposto na Pirâmide do Parque do Povo, a casa dos campinenses que o poeta montou e até hoje é a referência do Maior São João do Mundo. Pois bem, o prefeito Veneziano Vital, adversário político dos Cunha Lima, esteve ao lado dos familiares do poeta o tempo inteiro, colocando-se à disposição sempre em busca de fazer o melhor. O senador Vitalzinho também fez o mesmo. Neste momento, não houve adversário nem inimigos políticos. O amor e união de todos em torno do poeta.
E assim partiu o poeta para o andar de cima desejando a união de todos em torno de um objetivo só: a Paraíba. "O poeta agora descansa em paz. Mas, temos certeza de que continuaremos juntos em pensamento através de seus ensinamentos, da sua sabedoria, força e bondade pregadas ao longo de sua vida", disse o senador Cássio logo após o sepultamento. Cássio e o governador Ricardo Coutinho acompanharam o cortejo ao lado do caixão.
Numa noite de sábado, com uma lua semi minguante a iluminar Campina Grande, o povo veio lhe dizer adeus, emocionado. Para dar mais ainda uma simbologia forte ao momento, a chegada do corpo do poeta anunciada pelas sirenes dos carros do Corpo de Bombeiros foi saudada em meio a um clima de grande comoção, em frente a um dos símbolos de sua gestão em CG: o Parque do Povo e sua Pirâmide. Sobe ela, o encontro inusitado do poeta e sua obra, do líder político e seu povo.
Talvez essa foi uma despedida que nem o poeta imaginasse. Talvez seja exatamente essa a despedida que o poeta desejasse. (com fotos de nelma Figueiredo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário