O Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) vai solicitar a ampliação da Força Nacional na Paraíba para elucidar os crimes de homicídios registrados no estado de 2007 para cá, principalmente na Região Metropolitana de João Pessoa.
A decisão foi firmada na tarde desta terça-feira (10), no Núcleo Criminal do Ministério Público da Paraíba, em João Pessoa, durante reunião entre promotores de Justiça e delegados da Polícia Civil.
A solicitação no aumento do efetivo vai ser encaminhada ao diretor da Força Nacional do Ministério da Justiça, em Brasília, Major Alexandre Aragon, pelo promotor de Justiça Bertrand Asfora, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias Criminais e das Execuções Penais (Caocrim) do MPPB.
A Força Nacional foi instalada na Paraíba em 25 de agosto de 2011, com a participação de 25 homens. Hoje, o delegado da Força Nacional Júlio Rocha só pode contar com um efetivo de nove homens, com quatro viaturas.
“É muito pouco para o andamento dos trabalhos. Precisamos aumentar esse número”, aponta o delegado, lembrando que hoje tem 412 inquéritos sob sua responsabilidade, sendo que 237 somente do ano de 2007; 109 de 2008; e 61 de 2009.
Pois bem, um dos casos que chama atenção e merece se apresentado sua elucidação diz respeito ao atentado sofrido pela Promotora de Justiça Criminal Drª Ivete Lêonidas Soares de Oliveira Arruda [ex-primeira-dama de Boa Ventura], ocorrido em novembro de 2007, quando de moto homens armados atiraram seis vezes contra a sua casa, no bairro de Manaíra, em João Pessoa. Os tiros atingiram o portão, a fachada, a garagem e a porta principal da casa. Drª Ivete disse à época desconhecer o motivo do atentado.
"Fui tomada de perplexidade, medo, angústia porque minha neta tinha acabado de sair daqui e um do tiros foi exatamente no local onde fico com ela", desabafou na ocasião. Após o atentado, Ivete Arruda retomou suas atividades e participou das audiências marcadas. O MPPB afirmou à época que as investigações estavam sendo acompanhadas pelos promotores de Justiça do grupo de Ação Especial do Ministério Público da Paraíba.
Ontem, o delegado da Homicídios, Marcos Vilela, aponta que suas equipes da Força Nacional vêm trabalhando duro para tentar melhorar as estatísticas, mas ainda falta contingente e estrutura para uma melhor ação. Para fazer uma comparação, ele lembra que, enquanto São Paulo tem 703 homens e 352 viaturas para lidar com 2 mil inquéritos de homicídios, João Pessoa conta apenas com 47 homens e 15 viaturas para lidar com 1.780 inquéritos, quase o mesmo número registrado em São Paulo.
Na Delegacia de Homicídios de João Pessoa, o delegado titular possui apenas oito delegados adjuntos, cada um com um escrivão, de dois a três agentes e uma viatura, para trabalhar com uma média de 200 inquéritos. Enquanto que, em São Paulo, cada delegado adjunto lida com uma média de apenas 60 inquéritos e, para isso, conta cada um com cinco escrivães, oito agentes e três viaturas policiais.
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