O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) continua a dar demonstrações de que pretende de fato disputar o governo do estado, nas eleições deste ano. Tanto é que em entrevista concedida, na noite de ontem (13), ao programa Balanço Geral - com Abrantes Júnior - durante a inauguração da Rádio Mais FM, da cidade de Uiraúna, o tucano falou com todas as letras que "deixou o Mago trabalhar" e agora chegou a hora de avaliar o governo de Ricardo Coutinho (PSB) para decidir o rumo do PSDB na Paraíba. "Os três anos iniciais de forma repetida e insistente disse que os temas políticos deveriam ficar para o ano de 2014, nós já estamos em 2014. Eu deixei o Mago trabalhar, não tive um gesto sequer de obstáculo, de dificuldade, de empecilho para que ele pudesse realizar sua ação administrativa", declarou.
O senador voltou a afirmar que seu partido não mais analisará uma carta-proposta, como aconteceu em 2010, mas fará uma avaliação do governo instalado na Paraíba em 2011. "Ele teve em três anos a oportunidade de trabalhar e o PSDB vai, no tempo próprio, deliberar sobre as duas teses: a manutenção da aliança ou a candidatura própria", disse. Cássio adiantou que até o mês de fevereiro, a Executiva Estadual do PSDB irá se reunir para definir os critérios de consulta que norteará a legenda em sua decisão, que segundo ele, será um "reflexo da maioria". Cássio também assegurou que não irá frustar as expectativas dos paraibanos. "Se eu frustar eu vou estar simplesmente me afastando daquilo que é a essência da minha atividade. Se hoje eu sou senador é porque mais de um milhão de paraibanos confiaram em mim para que eu pudesse estar onde estou".
O senador destacou que apesar do peso de sua palavra nas hostes de seu partido, ele está disposto a ouvir as manifestações das lideranças políticas. "Eu quero que o partido possa se manifestar, eu quero ouvir o partido e sua representação para que minha decisão seja a mais respaldada possível. Não vou fazer um movimento isolado", garantiu. O senador surpreendeu ao não descartar abrir um diálogo com o PMDB, do pré-candidato a governador Veneziano Vital do Rego. "Trocolli tem sido uma ponte, um embaixador do diálogo, da conversa aberta, tolerante, compreendendo divergências, que é da natureza política", disse ao também evidenciar uma possível manutenção do projeto político com o PEN, comandado na Paraíba pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Marcelo.
O tucano concluiu a entrevista manifestando confiança quanto a sua elegibilidade para disputar o próximo pleito. "O prazo está devidamente cumprido. Não há como imaginar que eu tenha uma inelegibilidade que ultrapasse os três anos que eu já cumpri e seria um absurdo imaginar que eu teria que ultrapassar oito anos, uma vez que o prazo começa a ser contado de 2006. Até mesmo sob esse aspecto, a inelegibilidade estaria cumprida", explicou.
Apesar de estarem na mesma cidade, o governador Ricardo Coutinho (PSB) preferiu se isolar da companhia de Cássio e de demais 'aliados' no momento da entrevista, o que reforça a tese de rompimento entre os dois. Além deles, o presidente da Assembléia Legislativa deputado Ricardo Marcelo também prestigiou a festa de inauguração da emissora, de propriedade do radialista Fabiano Gomes, animada pela Banda Garota Safada.
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