Realmente muito esquisita essa história do acidente aéreo que matou o presidenciável Eduardo Campos (PSB) e outras seis pessoas. A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta sexta-feira (15) que os áudios captados na caixa-preta da aeronave não são referentes ao voo realizado na última quarta-feira. Os dados do gravador poderiam ser peça-chave para elucidar o acidente. Em nota, a FAB informou que foram extraídas e analisadas as duas horas de áudio da caixa-preta, o correspondente à capacidade máxima de gravação do equipamento. Nenhuma informação referente ao voo do presidenciável foi registrada.
A FAB afirma ainda que não é possível determinar a data de gravação dos diálogos, já que o equipamento não faz esse tipo de registro, e que “as razões pelas quais o áudio obtido não corresponde ao voo serão apuradas durante o processo de investigação”. A informação de que o equipamento apresentava problemas foi antecipada pela coluna Radar, de Lauro Jardim - Revista Veja.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, recebeu um telefonema do deputado gaúcho Beto Albuquerque. Líder do PSB na Câmara, Beto pôs em dúvida a investigação da FAB. Falando em nome do partido, o deputado pediu explicações sobre a notícia de que o áudio disponível na caixa-preta do avião (foto acima) não corresponde ao voo que terminou tragicamente, matando sete pessoas.
“O ministro me disse que também ficou surpreso com a informação”, contou Beto. “Eu informei que telefonaria para o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito. Mas o ministro afirmou que ele mesmo ligaria, para pedir maiores explicações. Nós, do PSB, estamos achando tudo muito esquisito.”
Eis o que disse o deputado: “O avião era novo e moderno. Os pilotos, muito experientes. Tivemos a informação de que houve uma explosão na turbina. Isso não acontece do nada. Depois, ficou-se sabendo que havia aviões não tripulados da FAB, os drones, naquela região. Foi confirmado que havia, mas disseram que estavam longe. Agora, dizem que o áudio da caixa-preta não corresponde ao voo. Não me lembro de ter visto outro caso no mundo em que a caixa-preta não registra o que foi dito na cabine do avião nas últimas duas horas de um voo".
Beto Albuquerque acrescentou: “É muita coisa ocorrendo em torno de uma tragédia. Parece até despiste. A Aeronáutica, o brigadeiro Saito, deve ao Brasil, ao PSB e à família do Eduardo Campos uma explicação convincente. Nós exigimos isso.” O brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, telefonou para o deputado e disse-lhe que "isso não e normal" e que foi aberta uma investigação para saber por que não gravou.
Suas suspeitas foram eliminadas?, perguntou o repórter ao deputado “O brigadeiro nos deu uma satisfação. Pediu que confiássemos nas investigações. Vão abrir uma série de consultas, inclusive junto aos fabricantes dos equipamentos da caixa-preta. E eu pedi que ele nos informasse, quando puder, por que não gravou.” (com Veja / Estadão / UOL / Josias de Souza)
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