Confira excelente ensaio escrito pelo experiente jornalista Júnior Gurgel, publicado neste domingo (10) no A Palavra Online, sobre futuro da política paraibana. Leia a íntegra do texto, abaixo:
"Após outubro próximo (2014) a Paraíba conhecerá quem são seus verdadeiros líderes, que no mínimo por uma década irão representar seus interesses e estarem à frente de seus destinos. Um já está definitivamente com sua posição garantida e consolidada: Cássio Rodrigues da Cunha Lima. Ninguém sabe se como primeiro, ou segundo lugar. Para as outras vagas, em disputa estão Ricardo Coutinho, Vital Filho e Wilson Santiago. Não inserimos o nome de José Maranhão, por considerá-lo já uma liderança no ocaso da vida pública. Eleito ou não Senador da República, a compulsória biológica não o permitirá que participe de outras disputas renhidas, em nível de eleições majoritárias.
As pesquisas de intenções de votos indiscutivelmente servem como “bússola” para orientar as campanhas. Contudo, questiona-se sua precisão. Principalmente na Paraíba, e depois das “lambanças” de 2010, quando os “índices” começaram a ser vistos como objetos de manipulação entre candidatos, e empresas do ramo das comunicações.
Observando sob outro prisma - onde se enxerga o histórico e a evolução dos números de cada pleito – as probabilidades de projeções são bem mais compatíveis com a realidade prevista. Nas últimas cinco disputas em nível estadual o Senador Cássio Cunha Lima venceu três com mais de 900 mil votos (2002 dois turnos e 1 de 2006) e duas com mais de 1 milhão de sufrágios (segundo turno de 2006 e Senado 2010). Após este período, não ocorreu nenhum evento “desagregador” no seu quadro de liderados. Pelo contrário, recuperou seu principal reduto – Campina Grande – nas mãos da oposição desde 2004. Por uma questão de lógica, em outubro as urnas do dia 05 lhe conferirão mais de um milhão de votos. Se o somatório dos válidos não ultrapassar dois milhões, Cássio pode se eleger no primeiro turno.
Seguindo nessa mesma linha de raciocínio, José Maranhão vem ocupando a segunda posição. De 2002 a 2010, em eleições estaduais, ultrapassou a marca dos 850 mil votos. Na que venceu para o Senado da República (2002) e nas quatro subsequentes que perdeu em dois turnos para Cássio e Ricardo Coutinho (2006/2010). Wilson Santiago, Ricardo Coutinho e Vital Filho figuraram nestes embates como “agregados” da luta ou da causa. Individualmente agora, chegou o momento de mostrarem se são ou não, verdadeiros e incontestáveis líderes. Santiago e Vital Filho em 2010 foram “puxados” pela chapa “placa branca”: Maranhão no governo do estado. Cássio mostrou que tinha os seus votos (pessoais), quando não conseguiu “cassalos”, com o do seu companheiro de chapa Efraim Morais. José Maranhão foi derrotado no primeiro turno pela abstenção: mais de 100 mil votos. No segundo, os que não compareceram às urnas, resolveram cumprir com seu gesto democrático, despejando suas preferências na perspectiva de poder – até o primeiro turno sumariamente derrotado pelas pesquisas – Ricardo Coutinho.
Resta saber doravante quem perde ou ganha, em relação ao futuro. De antemão que se frise: Cássio Cunha Lima se for derrotado será no segundo turno. Perdendo a campanha de 2014, se manterá no Senado Federal, e ganha visibilidade para renovar seu mandato em 2018. Ricardo Coutinho, se não vencer, terá o mesmo destino de Cícero Lucena, Ney Suassuna; Cozete Barbosa; Efraim Morais... Vital Filho tem um desafio (matemático) imenso e devastador pela frente: não pode ter uma votação inferior a 2010 (mais 650 mil votos). Fato que se materializado, alcançará o segundo turno. Não conseguindo este intento, compromete seu retorno em 2018. Quanto a Wilson Santiago, trocou apenas de “líder”. Se eleito, os “loiros da vitória” serão atribuídos ao Senador Cássio Cunha Lima. Perdendo, tem um filho Deputado Federal. José Maranhão é sua última encenação na vida pública. Espera da Paraíba um gesto de reconhecimento pelos seus sessenta anos de política partidária. Os irmãos Cartaxo (Luciano e Lucélio), o primeiro está se configurando como um “aborto” político. O segundo é um projeto natimorto. Os “maratonistas” estão na reta final... Cinquenta e quatro dias o separam da “linha de chegada”. Haja fôlego!"
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