“Que degradação institucional! Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro do seu governo!!!”. O comentário ácido foi veiculado na internet pelo ministro aposentado Joaquim Barbosa, nas pegadas da entrevista em que Dilma Rousseff revelou, na manhã desta segunda-feira (22), a intenção de “consultar'' o procurador-geral da República Rodrigo Janot para saber se os candidatos a ministro estão envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras.
“Há sinais claros de que a chefe do Estado brasileiro não dispõe de pessoas minimamente lúcidas para aconselhá-la em situações de crise”, acrescentou o ex-presidente do STF. Sem mencionar-lhe o nome, Barbosa deu uma estocada no ministro José Eduardo Cardozo (Justiça): “Onde estão os áulicos tidos como candidatos a uma vaga no STF, que poderiam esclarecer: ‘Ministério Público não é órgão de assessoria!!!’.”
Egresso da carreira de procurador, Joaquim Barbosa deu uma consultoria gratuita à presidente: “Ministério Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo, não para assessorá-lo.'' Encerrou com uma expressão em francês: “Du jamais vu!”. Significa “coisa jamais vista''. Uma variação esnobe do bordão preferido de Lula: “nunca antes na história desse país''.
Mais cedo, o blog contactou a Procuradoria. Conforme noticiado aqui, o gabinete do procurador-geral informou que: 1) a lei proíbe membros do Ministério Público de prestarem consultorias; 2) Rodrigo Janot não compartilhará dados sigilosos obtidos sob delação premiada na Operação Lava Jato. (Josias de Souza)
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