segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Sindicato emite nota de repúdio contra diretoria da Cagepa por conta do desconto feito nos salários dos servidores este mês

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (STIUPB) emitiram, nesta segunda-feira (1º), nota de repúdio, contra a atual diretoria da Companhia de Esgotos da Paraíba (Cagepa). Os sindicalistas reclamam o desconto nos contracheques deste mês, referente ao período em que foi realizada uma paralisação de 52 dias nos serviços da companhia, entre os meses de junho e julho.
A greve, de acordo com o STIUPB, foi julgada legal pela Justiça, e se deu como forma de reivindicação dos funcionários em busca de melhores condições de trabalho.

Confira, na íntegra, a nota do sindicato:

NOTA DE REPÚDIO CONTRA A DIRETORIA DA CAGEPA

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado da Paraíba – STIUPB, vem, por meio desta nota, apresentar seu mais veemente repúdio diante da postura covarde e arbitrária da Diretoria da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba – Cagepa, uma vez que, na última sexta-feira (28/11), os funcionários da empresa, ao verificarem seus contracheques, receberam como presente de Natal enormes descontos em seus vencimentos, sob o código 2.612 (desconto por falta).

Fomos surpreendidos com tais descontos, os quais, segundo apuramos, são decorrentes da GREVE de 52 dias realizada pela categoria, entre os meses de junho e julho deste ano, para defender melhores condições de trabalho aos funcionários deste patrimônio do povo paraibano que é a Cagepa.

A irresponsável atitude da gestão da Companhia deve ser tratada como prática antissindical e como prova incontestável de todas as denúncias que os trabalhadores têm feito sobre o assédio moral que sofrem dentro da empresa.

Os gestores sequer tiveram o cuidado de observar quem estava sofrendo os “descontos por falta”, punindo, inclusive, funcionários que não participaram da greve, em que pese a grande adesão da categoria em todo Estado, com exceção de João Pessoa, onde o sindicato local, mais uma vez, preferiu o caminho fácil dos acordos de gabinete ao invés de investir na organização e conscientização de classe.

A greve inicialmente fora julgada legal pela Justiça, mas a Cagepa, não satisfeita, recorreu ao pleno do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que taxou o movimento de abusivo e autorizou a empresa a descontar os dias parados. Diante disso, o STIUPB entrou com recurso, e o processo ainda está em análise do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, pois temos certeza de que cumprimos todos os requisitos legais desde a deflagração da greve até o seu desfecho.

É bom ressaltar que essa mesma austeridade da direção da Companhia não existe em processos que também estão tramitando no TST. Por que a Cagepa não cumpre com a mesma presteza a decisão do TST que a obriga a demitir os cargos comissionados? Por que não paga os valores decorrentes dos processos dos Tíquetes, que os trabalhadores já ganharam e que já está tramitado em julgado?

Esperamos que este ato abrupto, vil, sorrateiro e covarde perpetrado pela Diretoria da Cagepa seja revertido via medida cautelar e incontinente, haja vista que tal ato é político e em nada guarda relação com o movimento de cinco meses atrás. Este ato covarde foi executado meses após o fato gerador e apenas após o período eleitoral para que a indignação da categoria não respingasse nos ocupantes de plantão do Governo do Estado, além de estar em uma total afronta à CLT.

Ao final, temos a certeza de que a verdade virá à tona e de que venceremos mais esta batalha.

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