segunda-feira, 1 de abril de 2019

Aguinaldo: "Briga de ideologia não vai colocar comida na mesa do povo brasileiro".

Líder da maioria na Câmara dos Deputados, o deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP) criticou, em entrevista à Folha de São Paulo, nesta segunda-feira (1º), os efeitos do viés ideológico no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Ele comanda um bloco com 15 partidos e impressionantes 300 votos na Casa. Na conversa, ele falou da necessidade de o presidente dialogar. O motivo? Ele explica: “A gente tem um desafio pela frente. Não vai ser ideologia de direita ou de esquerda que vai resolver o problema do país. Até porque ideologia ou briga de ideologia não vai resolver o problema, não vai colocar comida na mesa do povo brasileiro”, disse.
Aguinaldo critica o debate sobre nova política. Para ele, o debate cumpriu o papel dele na disputa eleitoral. “É uma retórica que já cumpriu o seu papel, naquele momento de insatisfação da população brasileira, por esse ambiente que se criou de criminalização da política. De fato, nós tivemos muitas coisas que contribuíram para isso, por equívocos da própria política. Não existe democracia forte sem partidos. Se há equívocos, tem de corrigir. Não existe nova e velha política. O que a gente vê hoje no país é um movimento de muito ódio disseminado. Precisa ter a reconciliação nacional. A eleição terminou”, enfatizou.
O líder da maioria elevou o debate ao falar a respeito das críticas às nomeações por indicação política. “Houve uma linguagem muito pejorativa, por exemplo, do toma-lá-dá-cá, confundindo o papel do parlamentar em um regime de concentração de recursos em Brasília. Quem é o parlamentar que quer estar aqui brigando pela liberação de dinheiro para o seu estado? Não há que se criminalizar o que não tem crime. É uma prerrogativa do parlamentar brigar por recursos. Não houve manifestação nesse sentido [de cargos] em nenhuma reunião”, ressaltou durante a entrevista.
Aguinaldo foi ministro das Cidades, no governo de Dilma Rousseff (PT), e líder do governo de Michel Temer (MDB).

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